“Papel do circo é deixar no espectador um desejo de liberdade”, diz Roberto Magro

Italiano está no Brasil para desenvolver os espetáculos de encerramento do curso técnico da Escola Nacional de Circo

Postado em: 15-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Italiano está no Brasil para desenvolver os espetáculos de encerramento do curso técnico da Escola Nacional de Circo

Preservar os ensinos circenses técnicos e, ao mesmo tempo, estimular a individualidade de cada artista, fazendo com que desenvolvam ao máximo a sua arte. Esta é a proposta da Escola Nacional de Circo (ENC), principal centro de formação circense do Brasil. Inaugurada em 1982, a Escola completa 37 anos em maio deste ano e tem motivos de sobra para comemorar.

A formatura da segunda turma do curso técnico em artes circenses é um deles. Para fechar o ciclo de formação com chave de ouro, os 60 alunos, vindos de 16 estados brasileiros e 6 países – Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Itália e Venezuela -, estão preparando quatro espetáculos distintos. Os trabalhos serão apresentados ao público no mês de maio, na 2ª Bienal organizada pela Escola – um mini festival organizado para a divulgação dos espetáculos dos alunos.

A direção dos quatro espetáculos está a cargo de renomado diretor circense, o italiano Roberto Magro. Responsável por um momento tão importante na carreira dos alunos, o diretor diz que seu trabalho é consiste em fazer com que possam inovar, transformar o seu aprendizado em poesia e levar sua arte e o público além.

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“Se tem um papel oficial do circo para mim é isso: é deixar no espectador sempre um desejo de liberdade”, completa o diretor. Ele ainda ressalta que, por serem trabalhos de formatura, os espetáculos são diferenciados. “Os jovens artistas costumam lidar de forma mais livre com o risco, pois trazem menos preconceitos do próprio mundo do circo e se lançam sem medo de inovar e de se expor”, conclui.

Experiência internacional

A Escola se consolidou como referência nacional no ensino de artes circenses, sendo a única instituição do tipo mantida pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, por meio da Fundação Nacional das Artes (Funarte). O curso de formação da ENC também é o único nessa área reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

O intercâmbio com profissionais, instituições e companhias internacionais é rotina na ENC. De acordo com o coordenador da Escola, Carlos Vianna, boa parte de seu trabalho é manter as boas relações e os contatos com diversos países. “Nós temos contatos bem sólidos com França, Canadá e Bélgica, que são países importantes na produção de circo”, conclui. No ano passado, a Escola trouxe um grupo de pesquisadores da Escola Nacional de Circo de Montreal, uma das mais importantes do mundo para participar de um seminário no final do ano.“Desses encontros surgem muitas novas possibilidades. Hoje em dia nós temos uma possibilidade real de trabalhar em conjunto com esses laboratórios de pesquisa e de criação na área de circo. Nós também estamos sendo convidados pelo Instituto Francês de Circo a colaborar nas criações, o Instituto Francês tem um grande interesse no projeto desenvolvido aqui na escola”, destacou Vianna.

Não faltam resultados dessa interação. Em março de 2018, por exemplo, o diretor de Casting do Cirque Du Soleil, JulienPenel, promoveu o primeiro processo de seleção no Brasil, após um hiato de dez anos. Na ocasião, sete alunos foram aprovados para integrar o elenco do Cirque Du Soleil – mais importante companhia circense do mundo. Desses, cinco já estão de fato integrando o elenco de algum espetáculo. (Secretaria Especial da Cultura) 

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