Wagyu: O bife saboroso do oriente

De oriente japonesa, os locais de abrigo dos bois com pisos aquecidos e chegam a dar para os animais massagem, cerveja e até música clássica

Postado em: 02-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De oriente japonesa, os locais de abrigo dos bois com pisos aquecidos e chegam a dar para os animais massagem, cerveja e até música clássica

GUILHERME MELO* 

Criação diferenciada e sabor inigualável, a raça Wagyu é produtora de um dos cortes de carnes mais exóticos e saborosos do mundo. Quem já fez um churrasco com cortes de carne nobre, sabe a diferença que elas oferecem ao evento. 

Seja com StripSirloin, picanha ou porterhouse, esses produtos trazem para esses eventos uma experiência única. Todas são muito saborosas, macias e extremamente suculentas. Mas quando o assunto é sabor supremo, existe um corte que, como dizem os franceses, é horsconcours (fora da competição): o produzido pela raça Wagyu.

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De origem genuinamente japonesa, os bois da raça Wagyu são os responsáveis pela produção direta do lendário Kobe Beef, que tem esse nome por causa da cidade japonesa de onde o boi é originário.Segundo o Chef Will Navarro, a carne é considerada exótica por causa do seu sabor extremo e inigualável, o quilo desse corte de carne, mesmo sendo produzido no Japão, é vendido por lá pela bagatela de US$ 1.000. 

Já no Brasil, onde o corte está há cerca de duas décadas, o cenário muda um pouco. Em média, a porção de 400 gramas do Kobe Beef em restaurantes especializados pode chegar a mais de R$ 200,00.

Bife do sucesso 

Quando o assunto é a criação do Wagyu, cada país busca sua forma de garantir a qualidade do produto. “No Brasil, eles são levados para áreas cercadas e ficam confinados durante o tempo de vida, de 30 a 36 meses, sendo alimentando apenas de trigo, milho, soja e cevada”, afirma o chef que trabalha em um restaurante do Passeio das Águas Shopping. Outro detalhe é que para produzir bons cortes, esse boi precisa ganhar, em média, 1 kg por dia. O objetivo é que o animal mantenha o peso ideal de cerca de 800 kg.

Já no Japão a criação do boi é um pouco mais luxuosa. “Em busca da melhor qualidade, os produtores japoneses investem alto: equipam os locais de abrigo dos bois com pisos aquecidos e chegam a dar para os animais massagem, cerveja e até música clássica”, conta Will. É assim que eles acreditam que garantem a qualidade desse corte de carne.

Por fim e não menos importante, as raças criadas no Brasil acabam cruzando com outras espécies, tais como Nelore ou Angus. Já o Wagyu japonês é considerado puro.

Uma explosão de sabores 

A raça Wagyu tem uma capacidade muito maior de acumular gordura entremeada, chamada de marmoreio, aptidão essa que é maior do que qualquer outra raça, o que ajuda a explicar seu preço. Classificadas de acordo com o grau de marmoreio (que em condições normais variam de 1 a 12), esse fator é importante para definir a qualidade dos cortes dessa raça. Ou seja, quanto mais gordura ele tiver, mais saboroso, macio e suculento ele será.

No Japão, a classificação de marmoreio varia entre 6 e 12, o que afeta diretamente no preço do produto, quanto maior o grau, mais caro será cobrado por ele. “Por aqui, os cortes produzidos vão de 1 até 8, o que também ocasiona variação no preço”, explica o especialista.

“Por ser extremamente marmorizado, o ‘Kobe Beef’ é indicado para ser servido com pouco sal e levemente grelhado, sem a adição de temperos mais fortes ou molhos, justamente para que esse corte de carne especial não perca suas características”, sugere o chef Will.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

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