Lugar de mulher é na Literatura

Protagonista guerreiras, aventureiras e, por que não, românticas, assim como suas autoras, confira algumas dicas

Postado em: 07-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Protagonista guerreiras, aventureiras e, por que não, românticas, assim como suas autoras, confira algumas dicas

GUILHERME DE MELO* 

Sexo frágil? Melhor pensar duas vezes. As mulheres estão cada vez mais trabalhadoras, incansáveis, líderes e lutadoras. O Dia Internacional da Mulher, celebrado na próxima quinta-feira (08), foi instituído ainda em 1970 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para relembrar todas as conquistas de direitos, sociais e econômicas que elas conquistaram na sociedade. Em indicação direta a essas mulheres fortes e destemidas, que lutaram por tanto tempo, preparamos uma lista com obras de grandes autoras da atualidade. 

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1. Um teto todo seu, de Virginia Woolf: Quem tem medo de Virginia Woolf? A frase é clichê, mas a força da personalidade de Virginia é atemporal. Uma das mais célebres escritoras do modernismo e uma figura intrigante com uma vida marcada pela opressão machista, Virginia, mais conhecida pela obra Orlando, escreveu este ensaio Um teto todo seu (A RoomofOne’sOwn) sobre o tema ‘As mulheres e a ficção’. Resultado de duas palestras ministradas em faculdades para mulheres na Universidade de Cambridge, a obra enfatiza a necessidade de um lugar adequado para as mulheres poderem expressar seu pensamento e desenvolverem a sua capacidade de escrita numa sociedade dominada pelo patriarcalismo. É uma obra chave da literatura feminista.

2. Mulheres, de Carol Rossetti: Ano passado na Bienal do livro Rio tive a honra de participar de um encontro de blogueiros literários da Editora Arqueiro e como escritora convidada eles trouxeram Carol Rossetti, que realizou uma palestra e debate sobre o seu livro Mulheres: Retratos de Respeito, Amor-próprio, Direitos e Dignidade. A história de como um projeto de ilustrações sobre a diversidade feminina se tornou mais uma bandeira de luta pela emancipação da mulher na sociedade é realmente empolgante. Além do feminismo, a ilustradora trata também de temas como o racismo, a homofobia e a transfobia, o que reforça o combate aos estereótipos e preconceitos a que as mulheres estão sujeitas na sociedade. O livro é uma coletânea de força e ternura, formado por belas ilustrações de mulheres, acompanhadas por histórias de superação e frases motivadoras.

3. Beauvoir Apaixonada, de IrèneFrain: Simone de Beauvoir é uma das autoras fundamentais do feminismo, famosa pela obra O Segundo Sexo, que revolucionou o pensamento crítico ocidental sobre a condição da mulher na sociedade. Musa do filósofo Jean Paul-Sarte, Beauvoir soube colher os frutos de uma parceria intelectual e amorosa de longa data com o pensador francês. No entanto, é o envolvimento com outro intelectual o fato mais marcante de sua vida sentimental e tema desta obra. IrèneFrain recria a conturbada relação de Simone de Beauvoir com o escritor norte-americano Nelson Algren, uma história apaixonante e indispensável para entender as motivações e a personalidade dessa grande autora feminista. Tem resenha aqui no blog!

4. História de Mulheres, de Rosa Montero: Esse é um livro muito interessante, a começar pelas personalidades abordadas na obra, somadas a uma escrita espontânea e irreverente da autora Rosa Montero, conhecida pelo romance A Louca da casa. A obra reconta de forma sensível e apaixonante a história de quinze grandes mulheres que se notabilizaram no cenário mundial, como Simone de Beauvoir, Frida Khalo, Camille Claudel e as irmãs Brönte. Muito além de ser um conjunto seleto de biografias, a obra da jornalista Rosa Montero capta a essência das trajetórias dessas mulheres de coragem e talentos extraordinários, revelando o ser humano por trás do gênio e do mito.

5. Lisístrata, de Aristófanes: E para finalizar essa lista, eu não poderia deixar de fora uma obra da literatura grega, que é a fonte de toda a nossa literatura ocidental, e uma das minhas paixões literárias! Lisístrata – A Greve do Sexo é uma comédia de Aristófanes (411 a. C.), considerado o maior comediógrafo da Antiguidade Clássica. Essa peça é marcada pela originalidade de reescrever a história da Guerra do Peloponeso, concedendo voz e poder às mulheres da Grécia Antiga. Fato que é uma grande ironia, pois as mulheres eram tratadas como meros objetos e propriedades do homem na sociedade grega, não tinham liberdade nem direito à educação, muito menos podiam participar da democracia e da vida política. Porém, nessa comédia, as mulheres organizam uma greve de sexo! – para forçar seus maridos a interromperem de uma vez a guerra entre as cidades-estados e restabelecerem a paz.

6. Quando o amor acontece, de Eliana Portella:O universo de Sophia era guiado por duas verdades: em toda sua vida só haveria uma pessoa com a qual ela poderia contar – ela mesma -, a segunda falava sobre o amor; o sentimento que levara ao suicídio os amantes de Verona, a chama que fez arder pela eternidade os corações de Tristão e Isolda, e a paixão insanamente inconsequente que arrebatou Helena e Páris, tudo isso simplesmente não passava de fantasias.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

 

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