A Bruxa está solta! Confira um roteiro de lugares assombrados!

O escritor M. R. Terci, especializado em literatura de terror, ajudou a preparar a ‘temerosa’ lista

Postado em: 11-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O escritor M. R. Terci, especializado em literatura de terror, ajudou a preparar a ‘temerosa’ lista

Guilherme Mello*

Há quem fique acostumado perplexo com as histórias de H. P. Lovecraft, Stephen King e Edgar Allan Poe. Agora imagine encontrar os monstros e fantasmas da literatura na esquina de casa: é um susto só! Pensando nisso, o escritor brasileiro M. R. Terci, especializado em literatura de terror, ajudou a preparar uma lista sobre os lugares mais assombrados do Brasil, com uma atenção especial para um lugar na Capital. O autor visitou cada um dos lugares, como uma forma de inspiração para suas próximas obras. Confira a lista que conta com fantasmas, vultos e seres sobrenaturais de Norte a Sul!

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Barco Fantasma – Baía de Chacororé, Pantanal, Mato Grosso: Os moradores das comunidades ribeirinhas contam que, no final do século 19, um barco afundou no pantanal mato-grossense, e todos os seus tripulantes e passageiros morreram afogados. Desde o ocorrido, o valente que montar vigília, em noite de lua cheia na Baía de Chacororé, poderá observar, na maré vazante, o barco ressurgindo do fundo das águas lamacentas, fantasmagoricamente estivada, rangendo em uníssono com os risos e vozerio da tripulação até desaparecer, subitamente, sem deixar vestígios.

Hospital Colônia Barbacena – Barbacena, Minas Gerais: Palco do descaso das autoridades, o lugar foi criado pelo governo estadual, em 1903, para oferecer assistência aos alienados. Milhares de vítimas travestidas de pacientes psiquiátricos, sucumbiram de fome, frio, diarreia, pneumonia, maus-tratos, abandono e tortura. Para lá, eram enviados desafetos, homossexuais, militantes políticos, mães solteiras, alcoolistas, mendigos, pessoas sem documentos e todos os tipos de indesejados, inclusive, doentes mentais. Em média, 16 pessoas morriam, por dia, e seus corpos eram vendidos ou decompostos em ácido para viabilizar o comércio das ossadas com faculdades de medicina. Nos anos 1980, após a reforma anti manicomial o local passou a abrigar apenas 160 pacientes. Pacientes e funcionários da instituição dizem ouvir choro, gritos e pancadas nas paredes de celas vazias em uma ala desativada há muitos anos.

Penitenciária de Cariri – Juazeiro do Norte, Ceará: Dizem que as penas devem ser justas e adequadas ao crime. Mas e quando a punição se alonga para o pós vida? Os detentos de Cariri, relatam que, durante a noite, é comum se ouvir lamentos e choro, gritos e vociferações enraivecidas nos corredores entre os blocos, muitas vezes, até mesmo dentro das celas. Houve quem, em meio a toda essa angústia e pavor, vivenciados comumente por todos os presos, desse cabo da própria vida por não suportar o medo. 

O fantasma de Lampião – Mossoró, Rio Grande do Norte: Em 1927, a cidade de Mossoró vivia um período de expansionismo comercial e industrial. Mas a riqueza que circulava na cidade despertou a cobiça do mais famoso cangaceiro do Brasil. Após dias de sítio à cidade, combates acirrados e custosas perdas, o cangaceiro e seu bando foram afugentados. Para alguns moradores da região, o lendário cangaceiro jamais aceitou essa derrota e, de tempos em tempos, o bando fantasmagórico, tendo Virgulino Ferreira da Silva à sua vanguarda, é avistado cavalgando em redor dos limites do município, fazendo cerco, notadamente delimitado pelas nuvens de poeira que surgem sem que brisa alguma sopre. O cultista do estranho poderá constatar tal fenômeno apenas ao longo das madrugadas de maio.

Mercado Modelo – Salvador, Bahia: Famoso em todo Brasil por seu histórico de comércio, com mais de 250 lojas, grande variedade de artigos de artesanato, lembranças e restaurantes, é também conhecido por ser cenário de hórridas narrativas. O investigador do oculto que se prestar a consultar qualquer um dos lojistas do Mercado, vai ouvir sobre seus túneis assombrados. A história oficial diz que os túneis que servem dispensa de bebidas e adega, antigamente tinham outra função. Os escravos que vinham da África eram, ali, trancafiados, e muitos entre estes nunca mais viram a luz do dia. Há ainda gente que se perdeu por ali e nunca mais foi vista. O escrutinador do fantasmagórico nunca deve descer aos túneis sozinho.

Fantasma de Bento Gonçalvez – Triunfo, Rio Grande do Sul: A casa onde nasceu Bento Gonçalves, em 1788, sempre foi cercada de mistérios e estranhos avistamentos. Após ser tombada como patrimônio histórico, tornou-se museu, onde o epicurista do macabro pode examinar todo tipo de artefato da Guerra dos Farrapos, incluindo, garruchas, revolveres, sabres, espadins e uniformes manchados de sangue. Muitas pessoas da cidade relatam que, à noite, os fantasmas dos combatentes mortos, incluindo o próprio Bento, andam pelos corredores.

Castelinho do Flamengo – Rio de Janeiro: Idealizado em 1916, é mais uma construção carioca que tem muita história para contar. O atraente prédio se tornou a moradia de Avelino Fernandes, sua esposa, Dona Rosalina Feu Fernandes, e a sua filha, Maria de Lourdes Feu Fernandes. Tudo indica que o casal Fernandes morreu, em 1932, atropelado em frente à residência. Maria de Lourdes passou a ser criada por um tutor que a roubou e maltratou, deixando-a presa na torre principal da construção. Além dessa história de crime, crueldade e do assombro que o Castelinho causa em contraste com os outros prédios da região, o pesquisador atento poderá, esquivando-se dos moradores de rua da circunvizinhança, constatar que após a morte de Maria, seu fantasma voltou para assombrar o lugar em busca de vingança. Seu atormentado espírito, muitas vezes, é avistado junto às janelas baças e empoeiradas. Qualquer que seja sua vedeta, convém, entretanto, não permanecer muito no local.

Assombração da Praia dos Padres – Guarapari, Espiríto Santo: Vultos estranhos e vozes advindas do além-túmulo e um estranho episódio de exorcismo são a razão da alcunha. Mesmo os turistas desavisados relatam rumores de múltiplas vozes ouvidas na praia deserta. Avistamento de sombras e fantasmas dos nativos são comuns. Não é permitido acampar na praia, e a permanência de transeuntes, durante a noite, tem sido reprimida pelas autoridades locais. Ao pesquisador, recomenda-se cautela no trato com os moradores locais, que são muito reticentes e demonstram certo pavor de falar sobre o assunto.

Edifício Joelma – São Paulo: Cenário de uma das maiores tragédias paulistanas. Em 1º de fevereiro de 1974, um incêndio ceifou a vida de 191 pessoas, deixando outras 300 gravemente queimadas. As histórias macabras do local, com todas as suas assombrações e mitos, no entanto remetem a antes do incêndio. Anos antes, um professor chamado Paulo Camargo assassinou sua mãe e suas irmãs, suicidando-se depois em um dos apartamentos do edifício. O investigante espectral atento, certamente perceberá que as assombrações relatadas vão além do incêndio e do múltiplo assassinato. A palavra para o local, dessa forma deixa de ser assombrado e toma contornos de amaldiçoado. Até o fim do século 19, o local onde construíram o edifício Joelma, abrigava um pelourinho que segundo consta dos anais judiciosos da Província de São Paulo, foi regado com muito, muito sangue de criminosos.

Assombração do Cemitério dos Caboclos – Maringá, Paraná: O cemitério em questão foi abandonado, há muitos anos, pela municipalidade local, de forma que observadas as devidas precauções, convém não se dirigir ao local sozinho. Os restos mortais de mestiços e índios foram sepultados no local até 1950. Comumente oferendas e outros rituais de religiões afro-brasileiras são encontrados sobre as lápides em péssimo estado, o que denota frequência noturna, portanto, cautela. Em princípio, é mais frutífero entrevistar os moradores da circunvizinhança. Os relatos falam de aparições, batuques e outros sons inexplicáveis, bem como uma estranha chuva de pedras – mineral – que vem atingindo todos os telhados dessa comunidade há muitos anos.

Rua 57, Setor Central – Goiânia, Goiás: O endereço foi mantido em segredo para não comprometer os atuais proprietários, mas as histórias acontecidas, naquela rua, são confirmadas por vizinhos que moram nas redondezas e antigos moradores. Segundo Camilla, antes de ela se mudar para lá, com a família, a casa era habitada pelos seus tios e primo, que dizia ter um amigo que nunca era visto pelos outros. O amigo se chamava Pitibá. Um dia, depois que a casa passou a ser ocupada pela família de Camilla, o aparelho de som que estava na cozinha teve o volume reduzido repentinamente. Como apenas Camilla e a moça que cuidava dos serviços domésticos estavam em casa, em outros cômodos, o acontecimento trouxe logo estranheza para as duas. Elas chegaram a cozinha ao mesmo tempo, se surpreendendo com a presença de um menino no cômodo. Na hora, esta moça agarrou Camilla em seus braços e correu para a garagem, pedindo ajuda aos vizinhos.Desde então, foi difícil para a família encontrar alguém para cuidar da casa e de Camilla. O caso, hoje, quase tão conhecido e lembrado na região quanto o do Césio 137, acontecido no terreno ao lado da casa de Pitibá. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE 

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