‘Estrada Sem Lei’ estabelece uma relação entre passado e futuro

Nova produção da Netflix baseada em histórias reais apresenta o valor da sobrevivência

Postado em: 04-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nova produção da Netflix baseada em histórias reais apresenta o valor da sobrevivência

GUILHERME MELO* 

O casal de ‘fora da lei’ mais famoso da história ganhou uma adaptação da Netflix nesta semana. Estrada Sem Lei (The Highwaymen) apresenta Bonnie Parker e Clyde Barrow, os jovens psicopatas com ‘sede de sangue’. O filme funciona como uma resposta ao clássico de 1967, de Arthur Penn, sendo mais moralista que o anterior. O enredo consegue estabelecer uma grande relação entre o passado, o presente e o futuro dos personagens, carregando mensagens como sobrevivência e a mudança de hábitos. 

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Ambientado em 1934, o enredo mostra uma vida que não se aplica à sua própria natureza. O Texas Ranger, aposentado Frank Hamer (Kevin Costner), é convocado pela governadora, vivida por Kathy Bates, para a missão de caçar e dar um fim à onda de crimes cometidos pelos já conhecidos Bonnie (Emily Brobst) e Clyde (Edward Bossert). Com um ar de prepotência e experiência, o velho Hamer aceita a jornada, e vai em busca de algum de seus parceiros das antigas para o acompanhar. Isso se torna um problema, afinal, quase todos os nomes de sua lista haviam morrido; menos o velho amigo, Woody Harrelson. 

Pelo que o filme deixa subentendido, esta uma ‘última tentativa’ de moralizar as autoridades públicas que, constantemente, eram confrontadas por nunca conseguirem prender o casal.  O roteiro é escrito por John Fusco, e acompanha a viagem de busca que Frank e Maney fazem. A rota é exatamente a oportunidade que os ‘ex-TexasRangers’ procuravam para confortar os sentimentos de solidão e tristeza – além de ressaltar a pergunta se eles ainda são ‘necessários’ nesse mundo em mudanças. 

Estrada sem Lei é um filme bem-conduzido pelo seu diretor e que possui uma trama que chama a atenção do público, prendendo o olhar até o fim. O longa também tem elementos técnicos muito bons, por exemplo, o cuidado com a reconstituição de época. A produção só peca no desenvolvimento de algumas tramas secundárias, como a que coloca uma equipe de investigação paralela ao trabalho que Frank e Maney fazem, e que não são concluídas a contento pelo roteiro.

O filme apresenta 2h12 de duração, misturando ação, drama, policial e faroeste moderno em um ótimo resultado. Isso mostra que a Netflix está cada vez aumentando o seu portfólio de longa-metragens inspirados em histórias verdadeiras. 

Recentemente, esses títulos estão fazendo muito sucesso, principalmente diante da mensagem que eles passam ao espectador, além de fazer uma reconstituição de uma história, com pontos verdadeiros. 

Mesmo o enredo do filme não sendo uma surpresa, ele consegue arrancar grandes suspiros. O trabalho de produção está bem-feito. Todo o figurino faz jus à época em que ele é ambientado. O roteiro também se fortalece conforme todo o desenrolar da trama, e as referências marcantes do ano são muito presentes, principalmente os carros e o poder das armas.

*Integrante do 

programa de estágio do jornal O HOJE sob 

orientação da editora Flávia Popov 

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