‘No Dorso Instável de um Tigre’ estreia, hoje, na Vila Cultural Cora Coralina

No Dorso Instável de um Tigre é uma homenagem a um conto escrito por Fernanda Torres que foi base para a pesquisa inicial de montagem da peça

Postado em: 04-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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No Dorso Instável de um Tigre é uma homenagem a um conto escrito por Fernanda Torres que foi base para a pesquisa inicial de montagem da peça

Sabrina Moura

O espetáculo No Dorso Instável de um Tigre, da Cia. de Teatro Sala Três, tem como base a pesquisa contemporânea e trabalha com uma nova dramaturgia criada pelo coletivo de atores. Algumas das questões mais pulsantes do fazer artístico teatral serão apresentadas neste espetáculo, de hoje (4) até a próxima segunda-feira (8), na Vila Cultural Cora Coralina, em Goiânia. A entrada é gratuita.

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Segundo o diretor da companhia, Altair de Sousa, ao longo de 15 anos anos de história a Cia. de Teatro Sala Três construiu um repertório de espetáculos que fizeram vivenciar, sob diversos aspectos, o fazer teatral, perpassando obstáculos e conquistas práticas e ideológicas. “Nesse sentido, o espetáculo traz à tona uma série de inquietações que surgiram e, possivelmente, surgem em diversos grupos que se propõem a trabalhar com teatro”, explica  ele. “A relação entre criar arte e inovar – nesse meio –, os desejos, sentidos e rituais do artista, as diversas referências textuais e estéticas com as quais se deparam, o medo do palco, dentre outros, são temáticas de um mesmo universo retratado no espetáculo por meio de cenas teatrais e performáticas que se ligam por esse elo de inquietações e desejos que todo artista vivencia”, completa Altair.

No Dorso Instável de um Tigre é uma homenagem a um conto escrito por Fernanda Torres que foi base para a pesquisa inicial de montagem da peça. “O espetáculo é um grande grito do fazer ao ofício de ser artista na contemporaneidade. Nossas angústias, alegrias e inquietudes serão ditas, ouvidas e compartilhadas. Dorso é uma grande comunhão com público”, revela Altair.

É possível, ainda, dizer que tanto a comédia como a tragédia e o drama – enquanto gêneros teatrais – estão presentes, em cena, em momentos diferentes, trazendo ao espetáculo uma mescla de sensações e sentidos, e ressaltando a ironia como um recurso de linguagem bastante explorado. “A importância de mostrar todos os gêneros em um espetáculo faz da montagem um panorama vivo do artista e da versatilidade também da Cia. de Teatro Sala 3”, evidencia o diretor.

Para Altair, é de extrema importância falar do universo de um artista, em um momento em que fazer arte é, em si, um grande conflito, sendo necessário refletir ou repensar o fazer artístico. “Sair da caixa cênica e refletir. A Cia. de Teatro Sala 3 vem com esta montagem, tentando ao máximo arriscar, se desdobrar, se inquietar, se reconfigurar… e se pensar. Acho que estamos nos amadurecendo mais, sem deixar de lado a jovialidade e a inquietude de se fazer teatro numa terra cheia de percalços”, finaliza ele.

Obra

A Cia. de Teatro Sala 3 completou 15 anos, em 2017, e decidiu montar um espetáculo que retratava parte de suas experiências que são, provavelmente, próximas às de muitos grupos de teatro no Brasil.

Mais do que mostrar uma ou outra experiência isolada e particular, a Cia. idealizou um projeto que extraísse de toda a sua história algumas temáticas intrínsecas ao universo do artista. Em cena, estão inquietações como: a exposição do fazer artístico; apresentação do teatro; as referências estéticas do teatro e sua produção burocrática; o prazer em fazer arte; o medo do palco; e celebrar a arte sempre. 

A partir desses estímulos, o processo de criação do espetáculo se desdobrou em discussões e experimentações de possibilidades teatrais e performáticas que culminou na peça. O espetáculo está dividido em partes (teatrais e performáticas) que se unem justamente pelas inquietações universais dos artistas. São, ao todo, dez atores no palco que se dividem entre cenas em que, ora predomina a dança, ora predomina o teatro, ora prevalecem a performatividade e as visualidades. 

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

SERVIÇO

‘No Dorso Instável de um Tigre’

Quando: de 4 a 8 de julho às 19h

Onde: Vila Cultural Cora Coralina (Rua 3, s/nº, Setor Central – Goiânia)

Entrada gratuita 

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