Woodstock: paz, amor e música

O Woodstock, que neste ano completa 50 anos, é a maior referência da contracultura e movimento hippie da época. Foto: National Geographic

Postado em: 11-08-2019 às 07h00
Por: Aline Carleto
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O Woodstock, que neste ano completa 50 anos, é a maior referência da contracultura e movimento hippie da época. Foto: National Geographic

Aline Bouhid

Nenhum festival de música ficou tão conhecido como o que ocorreu entre 15 e 18 de agosto de 1969 em uma fazenda no estado de Nova York, nos Estados Unidos. O Woodstock, que neste ano completa 50 anos, é a maior referência da contracultura e movimento hippie da época. Essencialmente, se sustentava sobre três pilares, que funcionam como um lema: paz, amor e música. Foi um dos acontecimentos mais importantes do século 20. 

O Woodstock foi realizado em um contexto de ebulição nos EUA: a mobilização por direitos civis e igualdade racial conquistava espaços, enquanto a guerra no Vietnã empilhava corpos. Nascido em San Francisco, o movimento hippie ainda tinha influência. 

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Os jovens que compareceram ao evento não estavam dispostos a defender um ideal que os lançava para morrer na guerra, tampouco seguir padrões morais e normativos da sociedade (viver só para trabalhar e constituir família). Havia uma busca pela vida em comunidade e a liberdade do corpo, além da valorização da ecologia e da cultura oriental – ioga, meditação, vegetarianismo.

Separamos alguns fatos e curiosidades que você precisa saber sobre o festival:

Ele não foi em Woodstock

Embora tenha recebido o nome da cidade, o evento ocorreu na cidade de Bethel, a cerca de 110 quilômetros de Woodstock. Isso porque, ao perceber que o público seria maior que de 50 mil pessoas, as autoridades locais proibiram o evento. A solução foi alugar uma fazenda em Bethel.

Os produtores só lucraram dez anos depois

Ao todo, os produtores gastaram cerca de US$ 3 milhões (algo em torno de US$ 15 milhões atualmente), emprestados pela família rica de um deles, e faturaram cerca de US$ 1,8 milhão. Somente uma década depois conseguiram ganhar o suficiente (com a repercussão e divulgação pós-evento) para pagar a dívida.

Foram quatro dias de evento e 32 apresentações

Por US$ 18 (cerca de US$ 75 atualmente) o público pôde assistir a 32 shows de bandas e artistas como Creedence Clearwater Revival, Grateful Dead, The Who, Janis Joplin, Joan Baez, Joe Cocker e, é claro, Jimi Hendrix. Nomes importantes da música recusaram convites para tocar, entre eles os Beatles, The Doors, Led Zeppelin e Bob Dylan.

Foi um verdadeiro caos

O dobro de pessoas previstas apareceram para o festival, instaurando o caos na fazenda e região: o congestionamento bloqueou as estradas de Nova York, o público derrubou a cerca (tornando o evento gratuito), faltou comida e Bethel foi declarada uma área de calamidade pública. Um helicóptero do exército foi deslocado para entregar comida, água e kits de primeiros-socorros. Houve mais de cinco mil emergências médicas, a maioria envolvendo abuso de drogas, e três mortes.

Pouca gente viu o show de Jimi Hendrix

Por razões contratuais, ninguém poderia se apresentar depois de Jimi Hendrix, a atração principal do evento. Mas, em meio ao caos, a programação atrasou — e muito. Hendrix só subiu ao palco às nove da manhã de segunda-feira, quando a maioria do público já havia ido embora, perdendo sua versão lendária do hino nacional americano, The Star-Spangled Banner. Por sorte, ela foi filmada para a posteridade. Confira:https://youtu.be/TKAwPA14Ni4

*Com informações da Revista Galileu

 

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