Conheça a história do vinho e a sua ligação com a gastronomia

No Brasil, se estima que seu surgimento foi a partir do descobrimento do País, em 1.500, com as caravelas que carregavam cerca de 65 mil litros da bebida - Foto: Geysa Machado

Postado em: 05-09-2019 às 06h29
Por: Leandro de Castro Oliveira
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No Brasil, se estima que seu surgimento foi a partir do descobrimento do País, em 1.500, com as caravelas que carregavam cerca de 65 mil litros da bebida - Foto: Geysa Machado

Sabrina Moura

Na história, o vinho é o produto ‘responsável’ por parte da evolução econômica e sociocultural de grande parte das civilizações. No Brasil, se estima que seu surgimento foi a partir do descobrimento do País, em 1.500, com as caravelas que carregavam aproximadamente 65 mil litros da bebida para o consumo dos marinheiros.

Ao provar uma taça de vinho, muitos gostam de identificar o seu tipo. O sabor é constituído por meio do contato da bebida com alguns sentidos, como as papilas gustativas, o olfato (que aguça o sabor da bebida devido aos aromas percebidos em cada tipo de vinho) e a visão (que nos permite criar uma expectativa do copo que se está prestes a saborear). O sommelier e sócio do Badio  Hugo Alexandre de Sousa, que veio de Portugal para o Brasil, conta que, há dez anos, quando chegou ao País, as pessoas tomavam somente vinho doce/suave – com adição de açúcar – por não possuírem o costume de se tomar o tipo seco. “Confesso que nunca tinha visto isso na minha vida. E, ao se degustar outro tipo de vinho, muitas pessoas achavam um pouco ‘agressivo’. Atualmente, essa cultura do vinho está em crescimento, e mudou bastante”, conta ele. 

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Hugo revela que, no bar, eles trabalham com os vinhos produzidos, de forma tradicional, da própria uva. “Os tipos doces são combinados com sobremesa, e o seu açúcar vem da própria uva, algo natural, originado da fermentação da água ardente, suco de uva e adição do álcool”, revela o sommelier.

Cultura do vinho

Na opinião de Hugo, a cultura gastronômica está altamente ligada à cultura do vinho, que tem evoluído bastante na cidade de Goiânia. “Hoje em dia, temos restaurantes na Capital que aliam a boa comida com um bom vinho. A procura tem sido grande. As pessoas querem conhecer mais sobre a bebida, seus estilos, sua história que se inicia da forma de produção, da vinícola e de seus produtores”, conta. “Além disso, é uma bebida considerada ‘saudável’, que não engorda tanto quanto a cerveja, e atualmente as pessoas se preocupam muito com o físico e o bem-estar”, completa.

A harmonização do vinho com a comida é algo que potencializa os dois: “Às vezes, uma comida – que já é boa – com o vinho certo, vai se transformar em uma comida fantástica, e vice versa. Um vinho talvez não seja tão bom para se tomar sozinho. Costumo dizer que são ‘vinhos gastronômicos’ que, quando são ‘conectados’ com a comida, se transformam para melhor. Por isso é essencial haver uma pessoa especializada, no estabelecimento, para promover uma boa experiência gastronômica com o acompanhamento de um vinho”, explica Hugo Alexandre.

Rodízio de vinhos

O sommelier explica que, inicialmente, o bar era uma loja de vinhos e um um wine bar, uma franquia, algo bem fechado, com muitas regras. “No mercado, hoje em dia, só se destaca pelo diferencial, e nós decidimos sair da nossa franquia e criar a nossa própria marca, que é o Badio”, conta.

O empresário relata que tudo começou com uma pesquisa de mercado, pois, segundo ele, não adianta buscar algo fora e trazer para o Brasil, porque são culturas muito diferentes, e pode não funcionar. “Pensei em procurar algo que realmente iria fazer a diferença e agradar os brasileiros. Foi quando descobri, em São Paulo, o primeiro  do mundo com rodízio de vinhos, localizado na Vila Madalena. Achei bem interessante o conceito de um preço fixo, no valor de mais ou menos uma garrafa de vinho, e a pessoa pode beber à vontade mais de um rótulo de bebida”, explica Hugo.

O profissional pensou na variedade de rodízios já existentes – de pizza, sushi, hambúrguer e carne –, e resolveu apostar em um rodízio de vinhos. “Essa proposta vem também para que as pessoas tirem esse ‘tabu’ de que vinhos são caros e só para a classe ‘A’. Desmistificamos essa visão, com o rodízio de vinhos em Goiânia, e as pessoas têm aceitado muito bem. Como nós trocamos quase todos os dias a nossa carta de vinhos do rodízio, o consumidor, ao ir uma vez por semana, pode tomar cerca de 50 a 60 rótulos de vinho diferentes. Queremos fazer com que o vinho faça parte do dia a dia de todas as pessoas”, afirma. 

Os rótulos vão desde o dia a dia até aos clássicos da Toscana e de Borgonha, com vinícolas premiadas em todo o mundo. São aproximadamente 150 opções de brancos, rosés, tintos e espumantes de 18 países do mundo e várias opções de drinks com vinhos. O ambiente tem temática rústica, e a trilha sonora é embalada por rock, jazz, blues e suas vertentes. O cliente que não quiser apostar no ‘open bar’ pode optar pela garrafa avulsa. “Os garçons passam nas mesas, e servem os rótulos de vinhos, na taça, como fosse um rodízio de uma churrascaria. É a mesma logística, e pode repetir quantas vezes quiser. Também há opções de drinks com vinhos e garrafas avulsos”, finaliza o sommelier.

Serviço

Rodízio de vinhos

Quando: de terça a sábado das 18h a 00h

Onde: Av. 85, quadra 50, nº 1.979, Setor Marista – Goiânia 

Informações: (62) 3092-6815

 

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