Lendário, Lennon chegou ao topo e completaria 80 anos nesta sexta (9)

Beatles é considerada a banda mais importante de todos os tempos do rock mundial | Foot: Reprodução.

Postado em: 09-10-2020 às 08h00
Por: Nielton Soares
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Beatles é considerada a banda mais importante de todos os tempos do rock mundial | Foot: Reprodução.

Lanna Duarte

Em
meio a psicodelia dos anos 1960, os Beatles se apresentavam para o mundo e
conquistavam o topo do rock mundial. O líder da banda, John Lennon, em carreira
solo manteve o estrelato e continuou a ser considerado um dos mlhores artistas
de todos os tempos. Hoje, 9 de outubro, se não tivesse sido assasinado à tiros
em Nova Iorque, ele completaria 80 anos. E para celebrar a vida e obra de
Lennon o Museu de Imagem e Som de São Paulo (MIS) promove uma transmissão ao
vivo às 19h por meio do YouTube, para abordar sua carreira, com destaque para a
produção do artista nos dez anos em que viveu em Nova York.

A
conversa ao vivo conta com a participação do jornalista e curador da exposição
Ricardo Alexandre, da jornalista Lorena Calabria e de Marco Antonio Mallagoli, presidente
do fã-clube Revolution. Eles apresentam também a exposição ‘John Lennon em Nova
York’, por Bob Gruen. A mostra de fotografias inaugurada em março, ficou apenas
três dias em exibição e teve que ser adiada devido a pandemia. As imagens de
Gruen exploram não apenas a relação de John Lennon com Yoko Ono durante os anos
1970, mas também suas diferentes facetas: pai, ex-Beatles e rock star no auge
da fama. Além dos excessos, dos shows e das festas, as fotografias apresentam
seus momentos de intimidade e lançam um olhar aprofundado sobre a pessoa por
trás da imagem de ídolo internacional.

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Lennon
tinha uma profundidade inegável, suas composições complexas causavam, e causa,
uma conexão imediata com o público. Ele respirava música, mas após o seu
encontro com sua segunda esposa, Yoko Ono, ele se reinventou como pessoa e isso
refletiu em sua música, e causou o início da sua carreira solo. Por muitas
vezes ele declarou que era uma pessoa desprezível, por isso aclamava a luta
pela paz. Yoko Ono representa a imagem do cantor até os dias de hoje e ela
também celebra essa data com uma homenagem. Ao lado de Sean Lennon, filho do
casal, ela lança a coletânia ‘Gimme Some Truth’, que reúne 36 faixas da
carreira solo do ex Beatles.

A
mixagem foi feita por Paul Hicks, especialista em Beatles e que já trabalhou
com George Martin, em parceria com o engenheiro de som Sam Gannon, que é
responsável pela mixagem de outros trabalhos de Lennon. O projeto é lançado
hoje (9) nos formatos digital, vinil e CD. Além de uma edição deluxe que inclui
um livro de 124 páginas com entrevistas, fotos raras, cartas, manuscritos de
letras entre outros mimos do acervo do cantor e compositor. “John era um homem
brilhante com um grande senso de humor e compreensão. Ele acreditava na verdade
e que o poder do povo mudará o mundo. E isso vai acontecer. Todos nós temos a
responsabilidade de visualizar um mundo melhor para nós e para nossos filhos. A
verdade é o que criamos. Está em nossas mãos”, prefácio feito por Yoko Ono.

A intimidade de Lennon

Em
meio à uma vida agitada, como de toda estrela do rock, John se viu por várias
vezes afundado em polêmicas, e talvez a mais repercutida tenha sido quando
afirmou que os Beattles eram mais famosos que Jesus. “O cristianismo irá
embora. Vai desaparecer e encolher. Eu não preciso discutir sobre isso; eu
estou certo e ficará provado que estou certo. Somos mais populares que Jesus
agora. Eu não sei quem vai acabar primeiro, o rock’n’roll ou o cristianismo.
Jesus era legal, mas seus discípulos são grossos e medíocres. São eles
distorcendo isso o que estraga, pra mim”, afirmou John Lennon em 1966. E não
parou por ai, seu envolvimento com drogas e seus relacionamentos também geravam
especulações.

Certa
vez o cantor chegou a afirmar que em seu primeiro casamento agredia fisicamente
sua esposa, mas que havia mudado. Outro ponto de sua vida pessoal que ele nunca
escondeu era seu apreço pelos alucinógenos, confirmando até que seu álbum de
maior sucesso, ‘White’, tenha sido composto sob efeito de LSD. Como muitas
celebridades da época John e Yoko conheceram a heroína e a partir daí, de
acordo com Paul McCartney, começou o afastamento dele da banda, se afundando em
paranóias e destruição. Mas nem só de música e polêmicas John viveu, ele tinha
um lado de sua personalidade que poucos conheciam, mas no convívio pessoal ele
revelava.

Além
de seu senso de humor irreverente, ele apresentava uma espiritualidade aflorada.
Nascido e criado em Liverpool, na Inglaterra, Lennon se rebelou contra o
cristianismo que o acompanhou durante a vida e se abriu à novos horizontes. Mas
não era apenas nisso que ele mostrava sua indignação, sua vontade de mudar o
mundo e espalhar a paz foi o que o levou a ser um ativista político. “Nossa
sociedade é controlada por pessoas insanas com objetivos insanos. Acho que
estamos sendo administrados por maníacos para fins maníacos e acho que sou
passível de ser colocado como louco por expressar isso. Isto que é insano sobre
a situação”, disse o artista certa vez.

Passeando
pela vida do icônico artista, é possível perceber que o legado que ele deixou
vai além da música. Sua personalidade querida, sua vontade de mudar o mundo, e
claro, sua músicas arrebatadoras, fizeram dele o artista lembrado até os dias
de hoje. “Esse foi o tipo de romance arrebatador de dois ou três anos que
tivemos e foi algo muito importante na minha vida, Sean, e isso realmente me
ajudou […] Seu pai foi tão gentil, generoso e doce e nós nos demos bem
imediatamente. Ele era tão engraçado, isso é o que eu amava nele”, revelou
Elton John sobre o tipo de pessoa que Lennon era. Essa é a beleza da arte, as
melodias e as letras profundas dos Beatles e de John Lennon são imortais.

(Lanna Duarte é estagiária do jornal O Hoje)

 

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