Fungo vegetal infecta humano pela 1ª vez, confira

A princípio, o paciente apresentou tosse, voz rouca, fadiga e dificuldade para engolir

Postado em: 04-04-2023 às 17h09
Por: Julia Kuramoto
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A princípio, o paciente apresentou tosse, voz rouca, fadiga e dificuldade para engolir | Foto: Arquivo/Fungal Punk Nature

Chondrostereum purpureum é um fungo vegetal, fatal para plantas e responsável pela doença das folhas prateadas em plantas da família das rosas. O fungo estava enraizado na garganta de um micologista indiano de 61 anos, que desenvolveu um quadro grave de doença da folha de prata em sua garganta. A situação, considerada rara, fornece um exemplo de salto de patógenos entre os reinos biológicos.

A princípio, o paciente apresentou tosse, voz rouca, fadiga e dificuldade para engolir. Uma tomografia de seu pescoço revelou uma bolsa de pus ao lado de sua traqueia. Entretanto, os exames de laboratório não apontaram nenhuma bactéria preocupante.

Sendo assim, os médicos optaram por uma técnica especial de coloração para fungos que revelou a existência de hifas – longos filamentos que se assemelham à raízes. Porém, a infecção que afeta o indiano não se parecia com as mais comuns, levando os especialistas a procurar aconselhamento da OMS. Desse modo, o DNA do patógeno foi identificado.

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O paciente não se recordava de trabalhar com a espécie em particular. Seu trabalho o colocou em contato com material em estado de decomposição e outros fungos, que talvez expliquem a fonte da infeção.

Surpreendente

Para que o patógeno se replicasse e se fixarem num hospedeiro, eles precisam de garantia de nutrientes e formas de defesa. Portanto, é extremamente raro que um fungo que enfia suas hifas por folhas e caules tenha sucesso em realizar o mesmo dentro de um humano.

Apesar de não serem tão raras, apenas algumas centenas de doenças fúngicas são capazes de causar dano a humanos. Em pessoas com sistema imunológico comprometido, pode acontecer que fungos que se alimentam de vegetação em decomposição o corpo humano.

Porém, o estudo do caso revela que o sistema imunológico do homem estava em bom funcionamento, o que torna o caso ainda mais excepcional. Os pesquisadores reconhece que o foco da ciência em espécies de superbactérias e novos vírus em populações de animais apaga a atenção às doenças de plantas no meio humano.

Neste caso, a drenagem regular da úlcera e dois meses de uso de um antifúngico comum foram o suficiente para solucionar o problemas. Após dois anos de avaliações, o paciente estava bem e sem sinais de recorrência da infecção.

De acordo com o estudo, é improvável que se encontre uma explicação para como e por que uma infecção tão incomum se enraizou na garganta de um ser humano.

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