HIV: própolis melhora sistema imune de quem vive com o vírus, diz estudo

Cientistas brasileiros realizaram um estudo onde se descobriu que o própolis pode melhorar a imunidade de pessoas que vivem com o HI

Postado em: 17-05-2023 às 14h49
Por: Julia Kuramoto
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Foto: Istock

Cientistas brasileiros realizaram um estudo onde se descobriu que o própolis pode melhorar a imunidade de pessoas que vivem com o HIV. A resina, produzida por abelhas, é capaz de modular mesmo o sistema imunológico de portadores do vírus, cujo alvos são as células de defesa. O estudo teve sua publicação na revista científica Biomedicine & Pharmacotherapy.

“Já se sabia que a própolis é um poderoso anti-inflamatório e tem também ação antioxidante. Porém, essa é a primeira vez que se mostra que também auxilia quem vive com o HIV”, destaca o coordenador do estudo, José Maurício Sforcin, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O coordenador estuda as propriedades medicinais do própolis há três décadas, e frisa que seu potencial na manutenção da saúde é maior do que o imaginado. Desse modo, no estudo, pesquisadores verificaram que o própolis diminuiu significativamente a concentração de malondialdeído, num grupo de voluntários.

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Essa substância indica estresse oxidativo, ou seja, de desequilíbrio no metabolismo celular. São afetadas funções muito básicas, porém, que influenciam todo o organismo. Portanto, o estresse oxidativo leva à perda de defesa contra radicais livres, e está associado a uma série de problemas. Entre eles, estão desde câncer a doenças do coração, envelhecimento da pele e perda de funções cognitivas.

Em pessoas HIV positivas o estresse oxidativo é maior, seja pela sobrecarga natural no sistema de defesa ou efeitos adversos dos remédios que mantém o vírus sob controle. Sendo assim, no estudo, observou-se melhora no combate dos radicais livres, liberados quando há desequilíbrio no metabolismo celular.

Metodologia

Ademais, a pesquisa deu-se em pessoas que fazem tratamento com antirretrovirais, são assintomáticas e estavam com vírus detectável há pelo menos três anos. A contagem de linfócitos CD4 – alvos do HIV – delas era semelhante à de não identificados. Ao todo, participaram do estudo 40 pessoas.

Durante o estudo, voluntários não mudaram hábitos alimentares e de atividade física, de modo que nenhum outro fator, além do uso de própolis, poderia causar algum diferencial.

Um estudo do mesmo grupo já havia indicado que o própolis também aumenta a proliferação de linfócitos CD4.

Hoje em dia, uma pessoa soropositiva que faz uso de antirretrovirais tem uma boa expectativa de vida, e seu sistema imunológico atua normalmente na defesa contra patógenos e outras agressões. Entretanto, envelhece mais rapidamente, mas apenas no funcionamento do organismo, não em aparência.

“Em geral, uma pessoa que vive com o HIV, mesmo assintomática e com a carga viral indetectável, é de dez anos a 20 anos fisiologicamente mais velha do que outra da mesma idade cronológica sem o vírus”, enfatiza Karen Tasca, primeira autora do trabalho.

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