Entenda por que os tremores do litoral de São Paulo não são considerados como terremotos

Os moradores das cidades de Iguape, Itariri e Peruíbe, localizadas no litoral sul de São Paulo, sentiram abalos sísmicos de 4.0 pontos na escala Richter na manhã desta sexta-feira (16/6), mas segundo o Centro de Sismologia da USP, o que aconteceu não pode ser considerado como um terremoto.

“Os tremores que acontecem no Brasil não são considerados terremotos. Terremoto é quando é catastrófico. Mas esses tremores que ocorrem no meio das placas tectônicas, em uma condição intraplaca, de magnitude 2 ou 3, são mais comuns”, explicou José Roberto, do Centro de Sismologia da USP, em comunicado oficial.

“Tremores de 4 pontos são tremores mais significativos, e quando ocorrem em regiões mais habitadas, assustam as pessoas, porque as vibrações duram vários segundos. Às vezes, se o epicentro principal for em uma região bastante habitada, pode trincar ou derrubar algum objeto de prateleira. Mas apenas isso. Como as pessoas estão desacostumadas, ficam assustadas”, completou.

Apesar de o Brasil estar no centro da placa tectônica sul-americana, os tremores ainda ocorrem para liberar as tensões criadas pelo movimento da placa, mas nada grave a ponto de derrubar construções ou causar acidentes fatais.

“Estamos em uma posição intraplaca e a placa sul-americana se movimenta alguns centímetros por ano. Essa movimentação faz com que haja um acúmulo de tensões que, de vez em quando, são liberadas. Isso causa pequenos tremores de terra que podem acontecer em qualquer lugar. Pode ser numa floresta ou no centro de uma cidade. Tremores acontecem em todo o Brasil.”

A quantidade de tensão liberada pode variar, mas o Centro de Sismologia não tem nenhuma previsão alarmante.

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