Geração Z e Millennials ressignificam as bibliotecas

Mais do que livros, espaços sociais em alta

Postado em: 05-02-2024 às 10h51
Por: Cecília Epifânio
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Geração Z e Millennials ressignificam as bibliotecas | Foto: Reprodução / Biblioteca Trinity College

Um recente relatório divulgado pela American Library Association revelou uma surpreendente mudança de comportamento entre a geração Z e os Millennials em relação às bibliotecas públicas. Contrariando a percepção de que essas gerações estão totalmente imersas no mundo digital, os números mostram que mais da metade dos entrevistados visitaram uma biblioteca física nos últimos 12 meses.

Bibliotecas como centros comunitários: Uma nova tendência entre os jovens

Em um cenário onde a conectividade online é predominante, as bibliotecas emergem como locais de encontro e interação para a geração Z e os Millennials. Mesmo sendo a leitura uma atividade muitas vezes solitária, esses espaços se transformam em verdadeiros centros comunitários, proporcionando um ambiente social para jovens ávidos por experiências offline.

O dilema dos não leitores: 43% dos jovens adultos não se veem como leitores

Curiosamente, apesar do aumento nas visitas às bibliotecas, 43% dos entrevistados da geração Z e Millennials não se identificam como leitores. Isso levanta questionamentos sobre a motivação por trás dessas visitas. A resposta pode estar na busca por uma nova estética social.

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“Dark Academy” e a estética da literatura na moda jovem

A pesquisa por “dark academy” no Pinterest revela uma estética em ascensão entre os jovens da geração Z. A expectativa é vestir-se de maneira elegante, segurando um livro clássico como um acessório, na esperança de atrair interações sociais. A pergunta “What’s the point then?” paira no ar, questionando a conexão entre o ato de visitar uma biblioteca e não se identificar como leitor.

Influência nas redes sociais: #booktok e o fenômeno Reading Rhythms

Essa nova estética encontra eco nas redes sociais, especialmente no #booktok, onde influenciadores literários impulsionam as vendas recomendando histórias. Colleen Hoover, por exemplo, atingiu o topo das listas de mais vendidos após viralizar no aplicativo. Essa tendência também se manifesta no mundo real com eventos como o Reading Rhythms, uma “festa de leitura” sediada em Nova York, onde participantes leem em bares ao som de músicas selecionadas por DJs, criando uma atmosfera única e social.

Conclusão: As bibliotecas como espaços além da leitura

Essa mudança de comportamento destaca que as bibliotecas não são mais apenas locais para leitura, mas se tornaram espaços sociais, refletindo uma busca por experiências offline e uma nova maneira de se conectar com os outros. A geração Z e os Millennials estão ressignificando o papel dessas instituições, transformando-as em ambientes multifacetados que transcendem as páginas dos livros.

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