PF afirma que Amarildo confessou ter participado da morte de indigenista e jornalista
Suspeito teria dito na noite de terça-feira que teve envolvimento no assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips
A Polícia Federal (PF) afirmou na noite de ontem (15) que o suspeito Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, teria confessado que participou da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. De acordo com a PF, “remanescentes humanos” que foram encontrados precisam ser analisados em perícia para confirmar se tratam-se de pedaços dos corpos dos dois desaparecidos na região da reserva do Vale do Javari, no Oeste do Amazonas.
O superintendente da Polícia Federal no Estado do Amazonas, Alexandre Fontes, informou em entrevista coletiva que o suspeito teria confessado participação no crime na noite de terça-feira (14). Pelado está preso junto com o irmão, Oseney da Costa de Oliveira, mais conhecido como Dos Santos. Os dois são investigados pelo desaparecimento e possível morte do indigenista e do jornalista, que sumiram há 11 dias, no domingo 5 de junho.
Amarildo, o Pelado, teria dito aos policiais federais que enterrou os corpos e afundou o barco que Bruno Pereira e Dom Phillips usavam. Como o local é descrito pela PF com uma região de mata muito fechada, o superintendente disse que sem a confissão do suspeito a possível conclusão das investigações ficaria ainda mais difícil.
A força-tarefa que trabalha nas buscas informou na noite de ontem que a embarcação deve ser resgatada na manhã de quinta-feira (16). Os restos de corpos humanos foram enviados para Brasília, onde serão periciados. O superintendente da PF não quis confirmar antes do laudo dos “remanescentes” que se tratem de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Por meio da reconstituição do crime feito pela Polícia Federal após autorização da Justiça, Amarildo indicou aos policiais onde teria matado os dois e afundado o barco. Os membros da força-tarefa não citaram a participação dos indígenas nas buscas nem contaram com a participação de um representante. Mesmo não reconhecidos pelas autoridades policiais, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) participou ativamente da denúncia do desaparecimento e das buscas.