Inflação de maio volta a patamar de 2006

IPC Goiânia registrou 0,28% puxado pelos itens de vestuário e alimentação

Postado em: 08-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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IPC Goiânia registrou 0,28% puxado pelos itens de vestuário e alimentação

RHUDY CRYSTHIAN

Depois que os preços da cesta básica em Goiânia ficaram entre os que mais subiram no País, conforme divulgou O Hoje na última terça-feira (7), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,28% em maio. O menor para esse mês desde 2006 e o menor do ano. Apesar do recuo no índice, o acumulado para este ano já chega a 4,18% e nos últimos doze meses 10,89%. Em maio de 2015, a taxa foi de 0,56%. 

Se confirmado o aumento de 9,16% da taxa de água/esgoto (leia mais na página 3) para o próximo mês, o índice pode subir no próximo cálculo. Segundo o gerente de pesquisas sistemáticas e especiais da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), Marcelo Eurico de Sousa, as tarifas públicas sempre exercem um peso significativo no cálculo. 

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Itens de vestuário e alimentação foram os que mais contribuíram para a alteração do IPC de maio. O vestuário, cujos preços aumentaram 3,04%, exerceu a maior pressão sobre o índice do mês, contribuindo com 0,21%, mais da metade da taxa do mês, 75%. O início do frio pode ter contribuído para esse aumento. Destaque para roupas de mulher (5,20%), roupas de homem (2,71%) e roupas de criança (2,32%), além de calçados (2,31%) e acessórios (3,23%). 

Os grupos de habitação (0,49%) e alimentação (0,25%), também contribuíram para manter o IPC positivo. O item medicamentos, mesmo um mês depois do aumento de mais de 13% dos preços, ainda exerceu peso sobre o índice, ainda que pouco. 

No grupo da alimentação os itens de maior impacto na formação do índice foram feijão, batata e a cebola. Tanto no índice do mês passado quanto no acumulado do ano. “O feijão, por exemplo, nunca registrou preços tão elevados, mesmo com opões mais em conta no mercado. Os alimentos só aumentaram tanto por conta da pouca oferta disponível”, explica Marcelo. 

Queda

A diminuição nos preços dos combustíveis (gasolina, etanol e diesel) puxou para baixo o índice. Itens da alimentação como alguns cortes de carne bovina, frango e carne suína também pesaram negativamente para a formação da taxa. “O que ajudou a contrabalancear o IPC Goiânia”, explica.

A crise financeira levou muitas famílias a tentarem negociar ofertas de serviços de telefonia, internet e educação. O que fez aumentar a oferta de promoções desses serviços no mercado e, consequentemente, queda nos preços. “Com destaque para mensalidades de academias e cursos de informática”, explica o especialista. 

Cesta básica nas alturas 

Dos itens que formam a cesta básica, o feijão foi o campeão do aumento, seguido pela batata e cebola. Em maio o feijão carioca saltou 11,40%, o acumulado do ano foi de 36,08%. “A batata inglesa e a cebola também pesaram na hora de pagar a conta. Acredito que as questões climáticas, chuva demais em algumas regiões e seca castigante em outras, são fatores primordiais para esse indicador”, calcula. 

Farinhas, massas, leite e derivados também são itens básicos que contribuíram para a elevação da cesta básica. O goianiense pagou em maio R$ 345,4 pelo produto. Uma alta de 1,25% em relação ao mês anterior, a maior do ano e uma das mais caras nas capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

Atualmente, 39,25% do salário mínimo (R$ 880) é destinado para comprar uma cesta básica na capital goiana. (RHUDY CRYSTHIAN)

 

 

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