Inflação em Goiânia fecha 2016 com alta de 7,31%

Índice é inferior ao registrado em 2015, que chegou a 14,18%. No ano passado, os três maiores gastos das famílias subiram menos

Postado em: 06-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Índice é inferior ao registrado em 2015, que chegou a 14,18%. No ano passado, os três maiores gastos das famílias subiram menos

Da redação

A inflação em Goiânia encerra dezembro com avanço de 0,13% e, com isso, fecha 2016 com alta de 7,31%. Embora positivo, o índice é inferior ao registrado em 2015, que chegou a 14,18%. No ano passado, os três maiores gastos das famílias subiram menos. Habitação, por exemplo, ficou em -0,18% devido à queda da tarifa de energia elétrica (-16,68%) e aos menores reajustes de água e esgoto, do gás de cozinha e do aluguel residencial. As despesas com alimentação subiram em média 7,99%, taxa aquém da de 2015, de 14,55%. As despesas pessoais também tiveram avanço menor, de 8,47%.

Os dados são da Gerência de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). Segundo o gerente Marcelo Eurico de Sousa, o consumidor tem razão ao reclamar que os preços estão em alta.

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“Falar em taxas menores ou recuo da inflação em 2016 não representa propriamente um ganho. É claro que a perda do poder aquisitivo das famílias foi menor que em 2015, mas os preços não recuaram ou pararam de aumentar. As pessoas diminuíram ou pararam de consumir simplesmente porque não tinham dinheiro para bens e serviços além do necessário”, explica Marcelo.

Ele observa que o ano de 2017 começa com algumas demandas reprimidas. Contudo, alerta, “reiniciamos o ciclo de aumentos de preços que ocorrem em vários grupos de despesas, como o novo salário mínimo, mensalidades escolares, IPTU, IPVA e sabe-se lá o que mais. Por isso, não podemos perder o foco de pesquisar muito antes de comprar. E, comprar sempre aquilo que é necessário com prioridade ao pagamento à vista e poupar sempre que possível para realizações futuras”, aconselha.

Variações

No ano passado, o campeão de aumento de preço do grupo de alimentação foi o feijão preto que subiu 65,23%. Em seguida, a banana prata (32,46%), o feijão carioca (29,41%), o café (23%), o açúcar (17,15%), o óleo de soja (15,99%), a margarina (15,79%), o alho (15,41%). Também tiveram aumentos de preços, bem superiores a inflação do período, os ovos (12,01%), macarrão (11,19%), arroz (10,55%), leite (9,68%), pão francês (8,33%) e outros.

Na contrapartida, estão a carne bovina (coxão duro) que chegou a diminuir 0,61%, alface (-1,48%), frango (-2,20%), melancia (-18,24%), cenoura (-27,98%), tomate (-30,41%), cebola (35,78%) e a batata inglesa (-36,28%).

Os demais grupos que compõe o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia também tiveram variação positiva, na comparação com o ano de 2015. O grupo transportes subiu 11,52%, educação (13,76%), saúde e cuidados pessoais (12,91%), despesas pessoais (8,47%), artigos residenciais (9,19%) e vestuário (7,65%). O grupo de comunicação foi o único que ficou abaixo da inflação do período, com variação de 0,61%.

Pelo levantamento do IMB/Segplan, a energia elétrica teve queda de 16,68% no ano passado na comparação com o ano anterior e o telefone celular pós-pago caiu 16,95%. Por outro lado, tiveram altas as tarifas de água e esgoto (9,13%), de ônibus urbano (12,12%), telefone fixo (2,87%), celular pré-pago (4%), gás de cozinha (0,33%), etanol (12,64%) e a gasolina (6,35%). Embora tenha aumentado, o aluguel residencial variou 5,02%, taxa inferior a de 2015 (6,62%).

Em 2016, na cesta básica, o campeão de aumento de preço foi o feijão (43,61%), seguido das frutas (20,47%), do açúcar (17,18%), farinhas/massas (16,11%), margarina (16%), óleo de soja (15,92%), café (13,18%), arroz (10,49%), leite (9,69%) e do pão (8,33%). Os únicos produtos que tiveram recuo de preços foram os legumes/tubérculos (-12,44%).

Dezembro

O índice do mês de dezembro foi pressionado pelos grupos de despesas pessoais (0,24% para 2,36%), transportes (-0,73% para 0,52%), vestuário (0,90% para 0,88%) e artigos residenciais (1,11% para 0,78%). Nestes grupos, vários produtos e serviços apresentaram preços maiores, destaque para: cigarro (7,52%), passagem de ônibus interestadual (19,65%), roupas de mulher (2,55%) e mobiliário (1,55%).

O índice do último mês do ano foi contrabalanceado pelos grupos de alimentação (-0,48%), habitação (-0,37%), saúde e cuidados pessoais (-0,12%) e comunicação, que ficou estável.

O IMB/Segplan mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, o correspondente a R$ 4.685,00, de renda familiar, que vivem em Goiânia. 

 

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