Indicador econômico cai pela primeira vez em 10 meses

No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o indicador registra alta de 12,9 pontos

Postado em: 19-01-2017 às 08h51
Por: Renato
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No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o indicador registra alta de 12,9 pontos

O Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o
Brasil caiu 1,7% entre novembro e dezembro de 2016, atingindo 101,2 pontos. O
resultado foi divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) e pelo The Conference Board
(TCB), instituição norte-americana sem fins lucrativos.

A queda foi a primeira registrada em dez meses, segundo o
superintendente de Estatísticas Públicas do FGV/IBRE, Aloísio Campelo Júnior.
No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o indicador registra alta de 12,9
pontos.

O cálculo do IACE leva em conta a Taxa referencial de Swap
DI pré-fixada de 360 dias, o Ibovespa e os índices de expectativas da
indústria, dos serviços, do consumidor, de produção física de bens de consumo
duráveis, de termos de troca e do comércio exterior e de quantum de
exportações. Dos oito componentes, sete contribuíram para a queda em dezembro.

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Para janeiro, há possibilidade de o IACE voltar a registrar
alta por causa do comportamento de alguns dos componentes usados no cálculo do
indicador, segundo o analista da FGV. “Por exemplo, a taxa de juros futura, a
Swap de 360 dias, com essa queda de juros [Selic], vai continuar caindo bem nos
próximos meses. Produção de duráveis está começando a melhorar e tende a
colaborar positivamente com o indicador. O Ibovespa já está subindo em janeiro.
Essas sinalizações já mostram que não é certo que este indicador vai continuar
caindo em janeiro”, destacou.

Já o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) do
Brasil, que mede as condições econômicas atuais, subiu 0,3% entre novembro e
dezembro de 2016 e chegou a 97,8 pontos. “É como se a economia estivesse
aterrizando, no sentido de ainda não está crescendo, mas está parando de cair.
O Coincidente está sinalizando que nesta virada de ano a economia está parando
de cair e entrando em um ritmo de crescimento nulo, que pode preceder um
avanço”, disse Campelo Júnior.

De acordo com o professor, a recuperação pode se tornar mais
lenta por causa dos fatores que levaram a economia brasileira a este estágio. O
nível de endividamento das famílias, por exemplo, dificulta a contração de
novos empréstimos para bens duráveis, imóveis ou automóveis.

Ainda assim, segundo o superintendente do FGV/IBRE, é
possível que o país saia da recessão ainda este ano. “A economia tende a
crescer próxima a zero no primeiro semestre e positivamente no segundo
semestre. Com isso, pelo critério tradicional de período de expansão e recessão,
a economia sairia da recessão ao longo do ano. Só que seriam crescimentos ainda
baixos.”

Indicadores

O IACE foi criado em julho de 2013 com a intenção de
antecipar a direção da economia brasileira no curto prazo e o ICCE para medir
as condições econômicas atuais e a intensidade da atividade econômica
mensalmente. Os dois fazem parte dos Indicadores de Ciclo da Economia
Brasileira realizados pelo FGV/IBRE e o TCB.

O IACE permite uma comparação direta dos ciclos econômicos
do Brasil com a China, os Estados Unidos, a Zona do Euro, a Austrália, a
França, a Alemanha, o Japão, o México, a Coreia, a Espanha e o Reino Unido, já
cobertos pelo TCB.

Foto: (Reprodução)

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