Quase 60% dos consumidores querem cortar gastos em março, diz pesquisa

30,9% dos consumidores afirmam que manterão as despesas e somente 5,5% disseram que irão aumentá-las

Postado em: 06-03-2017 às 15h20
Por: Toni Nascimento
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30,9% dos consumidores afirmam que manterão as despesas e somente 5,5% disseram que irão aumentá-las

Mais
de um terço dos consumidores não conseguiram pagar todas as contas em fevereiro
e 58,5% pretendem cortar gastos em março. É o que mostra o novo Indicador de
Uso de Crédito e de Propensão ao Consumo, elaborado pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
(CNDL).

O
objetivo da pesquisa mensal é reunir dados sobre a evolução da utilização de
crédito e do consumo. De acordo com o indicador, 58,5% dos consumidores
pretendem cortar gastos em março, enquanto 30,9% afirmam que manterão as
despesas e somente 5,5% disseram que irão aumentá-las.

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“O
aperto decorre, em parte, da crise econômica, mas também pode estar relacionado
às despesas típicas de início de ano, como os tributos e, em alguns casos, a
fatura das comemorações de fim de ano”, diz o relatório do indicador.

Contas no vermelho

O
levantamento também mostra que mais de um terço dos entrevistados (34%) não
conseguiram pagar todas as contas em fevereiro. Quase metade (49%) não teve
sobras, nem falta de dinheiro, e 15% estão com sobras, sendo que 11% pretendem
guardar o excedente e 4% querem gastar.

Entre
os produtos que os consumidores pretendem comprar no próximo mês estão os itens
de farmácia (33%), recarga de telefone (28%), peças de vestuário (27%),
perfumes e cosméticos (21%), além de serviços de salão de beleza, citados por
11% dos entrevistados.

Uso de crédito

O
estudo também busca medir, numa escala de zero a 100, a utilização de crédito
pelos consumidores, como empréstimos bancários, financiamentos, cartões de
crédito, de loja, crediários e limite do cheque especial.

Quanto
mais próximo de 100 estiver o indicador, maior o uso do crédito; quanto mais
distante, menor a utilização. Em fevereiro, foram registrados 27,9 pontos.

Em
termos percentuais, 43% dos consumidores disseram ter recorrido a algum tipo de
crédito em janeiro, sendo que o cartão de crédito foi a principal modalidade
(39%, com gasto médio de R$ 805,73), seguido de cartão de loja e crediário
(14%, com gasto médio de R$ 336,37) e limite do cheque especial (6%). Houve
também uso de empréstimos (5%) e financiamentos (3%).

Entre
aqueles que recorreram ao cartão de crédito, a maioria usou em itens de
necessidade: 57% para alimentação ou supermercado, 45% farmácia ou remédios,
34% itens de vestuário e 29% para combustível.

Entre
os que usaram crediário, os itens mais adquiridos foram de vestuário (42%),
alimentos (24%), eletroeletrônicos (10%) e eletrodomésticos (8%) – geralmente
as lojas oferecem crediários por meio de carnê ou cartão de crédito próprio.


entre os que têm financiamentos, 20% utilizaram para comprar carro, 17% para
eletrodomésticos, 9%, para apartamento, 9%, faculdade e 9%, para móveis. Com
relação ao acesso ao crédito, 46% dos entrevistados disseram ter cartão de
crédito, 28%, cartões de loja ou crediário e 19%, cheque especial à disposição.
Também são citados empréstimos (17%) e financiamentos (18%), ambos com parcelas
em aberto.

A
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, alertou hoje (6) para o
cuidado em tomar empréstimos que possam resultar em inadimplência. “Antes de
usar qualquer tipo de crédito, é importante avaliar se a compra é mesmo
necessária. Caso a compra seja inadiável, o consumidor deve buscar informação
sobre as taxas de juros e verificar se as parcelas caberão em seu orçamento”,
disse.

E,
no caso do cartão de crédito ou do cheque especial, é preciso ficar atento às
taxas de juros. “Se a modalidade de crédito escolhida for cartão de crédito ou
cheque especial, o cuidado deve ser redobrado, pois as taxas são de 400% e 300%
ao ano, respectivamente”, disse.

Como é a metodologia

A
pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza,
Brasília, Goiânia, Manaus e Belém.

Juntas,
essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A
amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a
18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. Segundo o SPC e a
CNDL, os dados foram coletados em fevereiro pela internet e presencialmente. A
margem de erro é de 3,5 pontos.

(Agência Brasil) 

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