Inflação de junho é menor desde 2006

Na habitação ocorreu diminuição da conta de energia elétrica em -4,96%, devido à queda de algumas taxas

Postado em: 07-07-2017 às 08h10
Por: Sheyla Sousa
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Na habitação ocorreu diminuição da conta de energia elétrica em -4,96%, devido à queda de algumas taxas

A inflação de Goiânia em junho (-0,12%) registrou o menor índice para o mês desde 2006 e foi a terceira taxa negativa este ano. As outras foram em fevereiro (-0,98%) e em abril (-0,08%). Isso contribuiu para conter o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos últimos 12 meses, ficando em 1,71%, muito inferior aos 12,11% de igual período anterior.

Os itens que compõe os grupos alimentação e habitação, que são responsáveis por quase 50% das despesas dos goianienses, registraram quedas, como frutas (-20%), hortaliças e legumes (-10,82%), embora o feijão tenha voltado a subir de preço em 38,76%. A tarifa da energia elétrica caiu-4,96%, devido a diminuição de algumas taxas.

O gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do Instituto Mauro Borges, da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), economista Marcelo Eurico de Sousa, avalia que o recuo da inflação em junho, como ocorreu em abril e em fevereiro, é um fato bom para a economia brasileira e, por outro lado, mostra que o País continua em recessão.

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“O recuo da inflação foi provocado por uma maior oferta de produtos, em função da demanda reprimida dos consumidores, que se arrasta há dois anos e que piorou nos últimos 12 meses, e não porque estamos vivendo em tempos áureos de economia em crescimento. Com menos dinheiro no bolso o consumidor foge das compras. E com muito estoque, o comerciante tem de baixar preço para liquidar”, disse Marcelo.


Peso

Em junho, o índice da inflação foi contrabalanceado pelos grupos de vestuário (1,13%), artigos residenciais (0,91%), educação (0,70%), saúde e cuidados pessoais (0,38%) e despesas pessoais (0,19%), impedindo, desta forma, uma queda maior do indicador.

No grupo de alimentação os produtos que mais impactaram para a queda dos preços foram a batata inglesa (-24,38%), tomate (-23,52%), abobrinha (-16,27%), cenoura (-6,62%), alface (-4,63%), laranja pera (-23,96%), banana prata (-23,87%), maçã (-19,74%), melancia (-11,20%), banana maçã (-8,27%), açúcar (-5,83%), achocolatado (-3,69%), arroz (-3,46%), pão francês (-3,77%), carne bovina: coxão duro (-3,07%), patinho (-1,92%), frango (-1,07%), frango em pedaços (‑2,00%), pernil suíno (-1,19%), leite LV (-0,64%), iogurte (-3,90%). Na alimentação fora do domicílio também foram observados recuos dos preços do suco de laranja (-3,20%) e do picolé de fruta (-3,57%).

Na habitação ocorreu diminuição da conta de energia elétrica em -4,96%, devido à queda de algumas taxas, bem como a redução dos preços do sabão em pó (-2,61%), sabão em barra (-1,21%) e do detergente líquido (-0,63%).

Dos 205 produtos/serviços pesquisados mensalmente pelo IMB/Segplan, 89 apresentaram elevação, 32 ficaram estáveis e 84 tiveram variação negativa.  No grupo comunicação todos os itens da listagem ficaram com preços estáveis. O grupo de transportes teve uma pequena variação (0,03%) devido aos aumentos da motocicleta (1,91%) e da passagem de ônibus interestadual (1,96%).


Cesta básica

Devido à queda dos preços dos alimentos no mês passado, o custo da cesta básica para o trabalhador goianiense também diminuiu -2,60. Para adquirir os 12 itens da cesta foi necessário desembolsar R$ 314,67. No acumulado dos últimos 12 meses, o valor da cesta também já recuou 12,83%. 

Em junho, os itens da cesta básica que tiveram reajustes foram o feijão (27,41%), farinha/massas (1,44%) e a margarina (0,46%). O óleo ficou estável. Registraram quedas os produtos: carne (-3,11%), leite (-0,64%), arroz (-3,46%), legumes/tubérculos (-6,48%), pão (-3,77%), café (-0,44%), açúcar (-5,83%) e frutas (-18,90%). (Segplan) 

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