Bancos recebem R$ 8,3 bi para renegociar dívidas no Rio Grande do Sul

Medida do CMN visa auxiliar na recuperação econômica do estado após as enchentes

Postado em: 13-05-2024 às 21h54
Por: Vitória Bronzati
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Os recursos serão disponibilizados através da suspensão, por um ano, do compulsório da caderneta de poupança para os bancos mais expostos ao crédito no Rio Grande do Sul | Foto: Reprodução/marcelocaumors/Instagram

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, nesta segunda-feira (13), um conjunto de medidas para auxiliar na recuperação econômica do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o estado. A medida, tomada em conjunto com o Banco Central (BC), tem como objetivo garantir a liquidez dos bancos e evitar que a oferta de crédito seja prejudicada, comprometendo a retomada da economia local.

Os recursos serão disponibilizados através da suspensão, por um ano, do compulsório da caderneta de poupança para os bancos mais expostos ao crédito no Rio Grande do Sul. Vale lembrar que o compulsório é um instrumento da política monetária que exige que os bancos mantenham parte dos recursos depositados em suas carteiras em depósitos no Banco Central. No caso da poupança, essa parcela é remunerada pela taxa TR + 3% ao ano.

Além da injeção de recursos, o CMN também aprovou medidas para facilitar a renegociação de dívidas de pessoas físicas e empresas afetadas pelas inundações. As instituições financeiras não serão obrigadas a registrar essas renegociações como “ativos problemáticos”, o que evita o aumento do provisionamento e da exigência de capital mínimo para empréstimos. Essa medida, segundo o BC, é crucial para evitar que a oferta de crédito seja desestimulada, prejudicando ainda mais a população e as empresas já impactadas pelo desastre.

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Para auxiliar os produtores rurais afetados pelas chuvas, o CMN também autorizou a realização remota das vistorias técnicas para o pagamento de indenizações do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). As vistorias serão feitas utilizando sensoriamento remoto e dados de produtividade agropecuária dos municípios, agilizando o processo de indenização e liberando recursos para auxiliar na recomposição das perdas.

O Banco Central ressalta que monitorará de perto a situação do Rio Grande do Sul, com o objetivo de garantir o bom funcionamento do sistema financeiro e a retomada da economia local. Novas medidas poderão ser tomadas caso sejam necessárias para auxiliar o estado a superar os desafios impostos pelas inundações.

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