BC não espera mais por crescimento do crédito

Chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que o crédito não está “liderando” a recuperação da economia, mas apenas seguindo a retomada

Postado em: 28-09-2017 às 06h00
Por: Guilherme Araújo
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Chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que o crédito não está “liderando” a recuperação da economia, mas apenas seguindo a retomada

O Banco Central (BC) revisou a projeção para o crédito
bancário no país e agora não espera mais por crescimento dos empréstimos. Em
junho, a previsão era de crescimento de 1% para o saldo do crédito. Na revisão
da estimativa, divulgada ontem (27), o BC passou a prever estabilidade, neste
ano, em relação a 2016, quando o saldo chegou a R$ 3,105 trilhões em dezembro.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando
Rocha, disse que o crédito não está “liderando” a recuperação da economia, mas
apenas seguindo a retomada. “A recuperação está acontecendo, mas é bastante
gradual. O crédito está seguindo a recuperação”.

Rocha acrescentou que o crédito para consumo de pessoas
físicas, tanto para compra de veículos e casas e o consignado, está avançando,
mas os empréstimos para empresas ainda recuam. “O saldo dos empréstimos para
pessoas físicas permanece em expansão, há 10 meses seguidos”.

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Em agosto, o saldo do crédito total ficou em R$ 3,046 trilhões,
com retração de 0,1% no mês e de 2,2% em 12 meses. No caso das pessoas físicas,
o saldo ficou em R$ 1,609 trilhão, com alta de 0,7% no mês e de 4,6%, em 12
meses. No caso das empresas, houve retração de 1% no mês e de 8,8% em 12 meses,
com saldo de R$ 1,437 trilhão.

Crédito livre e direcionado

O BC também revisou as projeções para o crédito livre e
direcionado. O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para
aplicar dinheiro captado no mercado. Já o direcionado tem regras definidas pelo
governo, destinados basicamente aos setores habitacional, rural e de
infraestrutura. A projeção do BC para o crédito livre passou de estabilidade
para crescimento de 0,5% e a do direcionado, de crescimento de 1% para queda de
0,5%.

A maior parte do saldo do crédito livre, que somou R$ 1,526
trilhão em agosto, é para pessoas físicas (R$ 828,1 bilhões). O saldo do
crédito direcionado chegou a R$ 1,520 trilhão em agosto,  sendo 
R$ 738,3  bilhões para empresas e
R$ 781,7 bilhões para pessoas físicas.

De acordo com Rocha, o crédito direcionado para as empresas
não se recuperou ao longo do ano, com companhias ainda endividadas.

Rocha falou ainda sobre a liberação de recursos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que, segundo ele, foi usada para consumo e
também para quitação de dívidas. “Isso pode de fato abrir espaço para pessoas
físicas para novas concessões de crédito no futuro. As pessoas físicas, de
fato, têm saído na frente com relação às jurídicas”. (Agência Brasil) 

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