Inflação em janeiro foi a maior para o mês desde 2016; alimentos e bebidas influenciaram a alta

A alta na comparação ano a ano foi influenciada especialmente pelo setor de alimentos e bebidas.

Postado em: 09-02-2022 às 10h20
Por: Ícaro Gonçalves
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A alta na comparação ano a ano foi influenciada especialmente pelo setor de alimentos e bebidas | Foto: Reprodução

A inflação desacelerou para 0,54% em janeiro, após ficar em 0,73% em dezembro. Mesmo com o leve recuo, esse foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9/2) pelo IBGE.

A alta na comparação ano a ano foi influenciada especialmente pelo setor de alimentos e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês. “Foi a alimentação nos domicílios que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que tiveram os maiores impactos nesse grupo”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.

Além disso, os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). Já os principais recuos foram registrados nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).

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Transportes recuam após alta em dezembro

A desaceleração no índice do mês de janeiro em relação a dezembro foi puxada pelos transportes, grupo com maior peso do IPCA, que recuou 0,11%, após subir 0,58% em dezembro. Esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados a ter queda em janeiro.

Esse recuo é consequência, principalmente, da queda nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além da gasolina (-1,14%), também houve queda nos preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Outros destaques negativos foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

Em habitação (0,16%), os preços desaceleraram em relação ao mês anterior (0,74%), principalmente por conta do recuo da energia elétrica (-1,07%), embora ainda permaneça em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda mudanças de PIS/COFINS, de ICMS e de tarifa de iluminação pública em algumas áreas pesquisadas.

Com informações da Agência IBGE

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