Grandes empresas estrangeiras anunciam suspensão de negócios com a Rússia

Multinacionais como Apple, Ford, Adidas, Netflix e Spotify fazem parte da lista de empresas que limitaram, abandonaram ou pausaram negociações com o país

Postado em: 26-03-2022 às 12h45
Por: Maria Paula Borges
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Multinacionais como Apple, Ford, Adidas, Netflix e Spotify fazem parte da lista de empresas que limitaram, abandonaram ou pausaram negociações com o país | Foto: Reprodução

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, várias empresas deixaram de operar no país russo. Algumas das empresas acompanham o cerco colocado pelo Ocidente por sanções à economia russa, enquanto retiram a participação em negócios locais, como é o caso do setor de petróleo. entretanto, empresas como montadoras preferiram suspender as operações temporariamente. 

No caso das petroleiras, algumas empresas decidiram suspender todas as novas compras de produtos vindos da Rússia ou empresas russas, como é o caso da portuguesa Galp, que informou em nota ao mercado, frisando que lamenta os atos de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Recentemente, a ExxonMobil também informou que deixará o último projeto de petróleo e gás no país, mas que não investirá em novos empreendimentos, além de afirmar que apoia a Ucrânia.

Além disso, a TotalEnergies também condenou as ações da Rússia, afirmando que não forneceria mais capital para novos projetos. Outras gigantes do mercado como Equinor e Shell também haviam anunciado o rompimento com empresas russas. 

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Em relação a companhias aéreas, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) suspendeu serviços de manutenção e venda de peças para clientes russos, medida igual as tomadas pela Airbus e Boeing. O prejuízo é causado uma vez que, a S7, segunda maior aérea do país, utiliza modelos Embraer 170 em rotas regionais. 

Em nota, a Airbus disse que parou de enviar peças para a Rússia e que não apoia mais as companhias aéreas da região. Entretanto, a empresa tem um centro de engenharia em Moscou, o qual ainda está sendo analisado se continuará prestando serviços sob sanções ocidentais. Já a Boeing afirmou que os setores de peças estão suspensos, assim como manutenção e suporte técnico. 

Outro setor bastante afetado com a invasão foi o da tecnologia. Empresas gigantes da área como a Apple disseram que as vendas de produtos foram interrompidas. Em comunicado, a Apple disse que estão preocupados com a invasão e prestaram apoio às pessoas que estão sofrendo com a violência. A Netflix também informou que não tem planos de adicionar canais estatais ao serviço russo. Assim, o serviço de streaming não cumpre a nova lei audiovisual russa, que obriga a marca a ter na plataforma canais públicos para operar.

O Spotify também fechou o escritório na Rússia por tempo indeterminado. Além disso, a empresa Roku, que vende hardware, permitindo que usuários transmitam conteúdos pela Internet, baniu o canal de notícias russo RT em todo o mundo. 

No mercado de vestuário e varejo também tiveram grandes empresas que fecharam as portas no país. Como exemplo, a Adidas, empresa alemã de roupas esportivas, que suspendeu a parceria com a Federação Russa de Futebol (RFS), decisão alinhada a uma série de decisões tomadas por órgãos esportivos para cortar laços com a Rússia. 

A varejista Hermes informou que as lojas na Rússia serão temporariamente fechadas, assim como as atividades comerciais no país que foram interrompidas. A IKEA decidiu pausar o comércio de varejo e indústria na Rússia, que conta com 17 lojas. 

O mercado financeiro por si só gerou prejuízos após a invasão, uma vez que empresas de cartões de pagamento dos Estados Unidos, como Visa e Mastercard, bloquearam instituições financeiras russas da rede. A Visa afirmou estar tomando medidas imediatas para garantir o cumprimento de sanções aplicáveis. Tanto a Visa quando a Mastercard irão doar US$ 2 milhões para ajuda humanitária. 

Sobre montadoras, a Volkswagen disse estar parando a produção de veículos no país russo e que as exportações para o mercado russo serão suspensas. A Ford também anunciou a suspensão das operações com efeito imediato. Além disso, a Harley-Davidson disse que suspendeu os negócios e remessas das motos para a Rússia. 

Outra gigante do mercado, a inglesa Jaguar Land Rover, anunciou a interrupção de entregas de carros para o país. O grupo Mercedes-Benz, por sua vez, está analisando opções legais para alienar a participação de 15% na Kamaz, fabricante russa de caminhões. A Renault informou que irá suspender temporariamente as operações da fábrica de montagem de automóveis localizada em Moscou. 

Outras empresas

Outras empresas que “abandonaram” o mercado russo são o Airbnb, a Coca-Cola HBC, a Lego, H&M, Google, Microsoft, Walt Disney, Warner Bros. e Sony Pictures, além do TikTok e Intel. 

O Airbnb informou, por meio das redes sociais, que todas as operações na Rússia e em Belarus estão suspensas. O mesmo aconteceu com a Coca-Cola HBC, empresa de engarrafamento do refrigerante. 

Entretanto, algumas empresas apenas limitaram as atividades, talvez na esperança de que o conflito se resolva. A fabricante de brinquedos Lego é um exemplo. A empresa interrompeu as entregas para lojas russas como consequência das sanções impostas após a invasão da Rússia na Ucrânia. 

A H&M foi outra empresa interrompeu as vendas na Rússia recentemente. O Google anunciou também que não permitirá anúncios dos meios de comunicação estatais russos, afirmando que adotará outras medidas caso seja necessário. 

No caso da Microsoft, a empresa disse que removerá os aplicativos móveis da mídia estatal russa RT da loja de aplicativos do Windows, banindo ainda anúncios na mídia patrocinada pelo estado russo. 

A Walt Disney, empresa referência no ramo de entretenimento, disse que pausará lançamento de filmes teatrais no país comandado por Putin. A Warner Bros. e Sony Picture Entertainment também disseram que irão pausar os lançamentos dos próximos filmes no país. 

O TikTok, plataforma de vídeos, bloqueou canais apoiados pela Rússia, como RT e Sputnik na União Europeia (UE).

Além disso, a Intel, fabricante de processadores, também interrompeu todas as remessas de produtos para a Rússia e Bielorrússia. 

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