Terça-feira, 19 de março de 2024

País perde 5,8 mil agência em sete anos e cooperativas dobram

Pandemia acelerou processo de fechamento de agências

Postado em: 28-09-2022 às 11h45
Por: Raphael Bezerra
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Pandemia acelerou processo de fechamento de agências | Foto: Reprodução

O número de agências bancárias no Brasil vem caindo de forma vertiginosa desde 2015, quando atingiu o pico com 23,1 mil unidades. Dados mais recentes do Banco Central mostram que em julho o país tinha 17,3 mil agências, uma queda de 5,8 mil, ou 25,1%. Por outro lado, o número de cooperativas de crédito dobraram no mesmo período. 

O Banco do Brasil era a maior rede de agências do país, com 5,5 mil unidades, seguida por Bradesco  (4.654), Itaú (3.847), Caixa (3.401) e Santander (2.641). Hoje os líderes são BB (3.984), Caixa (3.372), Bradesco (2.910), Itaú (2.617) e Santander (2.575).

Além das agências, existem atualmente no país 11.858 postos de atendimento (PA) físicos. Em março de 2015, eram 10.474, ou seja, houve uma alta de 1.384 (ou 13,2%). Essas unidades, mais simples, embora subordinadas a uma agência, não conta, por exemplo, com serviços como câmbio, operações de tesouraria, fundos de investimentos para clientes qualificados, entre outros. Além disso, muitos não são abertos ao público geral, são pontos de atendimento dentro de determinadas empresas, repartições públicas, universidades, etc, destinados única e exclusivamente aos membros daquela instituição.

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O avanço tecnológico e a digitalização dos serviços financeiros – impulsionada pela pandemia – os grandes bancos vêm fechando agências, aproveitando a queda na demanda por atendimento físico para reduzir gastos. Muitas são transformadas em PAs, que por ter uma estrutura menor – como não lidam com numerário, não precisam de cofre, porta giratória, entre outras coisas – exigem gastos bem inferiores.

Enquanto isso, as cooperativas vêm ampliando o atendimento presencial. Por não serem bancos, elas não têm agências. As unidades são chamadas de postos de atendimento cooperativo (PAC). Hoje, são 8.593 PACs, de 4.312 em março de 2015, uma diferença de 4.281 (alta de 99,3%).

A maior rede de PACs é do Sicoob, com 4.018 unidades. Desde 2020, o Sicoob já abriu 690 postos e deve entregar mais 100 ainda este ano. “O cooperativismo financeiro é um movimento essencialmente de lugar e proximidade, que preza pelo atendimento humanizado, até porque nas cooperativas as pessoas, por definição, são mais importantes que o capital, e o lucro não faz parte dos objetivos. Como o usuário dos serviços é também o dono da organização, suas expectativas e preferências sobre acolhimento e tratamento devem ser atendidas sem restrições”, diz Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob.

De acordo com o diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br, Raimundo Nonato, o cooperativismo, que nasceu como um instrumento de desenvolvimento socioeconômico, é uma forma de aliviar efeitos das crises e de contribuir para a redução da desigualdade. “Hoje a cooperativa conta com mais de 83 mil cooperados, e 68 agências distribuídas pelos estados de Goiás, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. O planejamento é chegar até o final deste ano com mais de 100 agências. Importante ressaltar que o Banco Central e o Sistema Sicoob, estimulam a expansão para que todas as comunidades do nosso País tenham acesso a uma instituição financeira, ao crédito e à poupança. Nós estamos em grandes centros, mas também estamos em pequenos municípios, desempenhando um papel social importante que o cooperativismo financeiro exerce para o nosso país”. 

Atualmente o Sicoob UniCentro Br é uma cooperativa de 5,7 bilhões de ativos e distribuiu para os seus cooperados 173 milhões de resultados financeiros referente ao exercício de 2021.

Arrecadação federal chega a R$ 172,31 bilhões em agosto

A União arrecadou R$ 172,31 bilhões em agosto, de acordo com dados divulgados ontem (27) pela Receita Federal. Na comparação com agosto do ano passado, houve um crescimento de 8,21%, descontada a inflação, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor é o maior desde 2000, tanto para o mês de agosto quanto para o período acumulado.

No acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 1,46 trilhão, representando um acréscimo pela inflação de 10,17%. O material sobre a arrecadação de agosto está disponível no site da Receita Federal.

Quanto às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, em agosto, foi de R$ 165,18 bilhões, representando um acréscimo real de 7,07%, enquanto no período acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação alcançou R$ 1,37 trilhão, crescimento real de 8,25%.

A alta pode ser explicada, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas. Segundo a Receita, eles são importantes indicadores da atividade econômica, sobretudo o setor produtivo.

O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 35,52 bilhões, com crescimento real de 27,16% em relação ao mesmo mês de 2021. Esse resultado é explicado pelo acréscimo real de 37,66% na arrecadação da estimativa mensal, principalmente pelo desempenho do setor financeiro com alta de 46,98% e das demais empresas de 36,35%.

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