Estatais registram lucro 44,8% maior no trimestre

Os dados fazem parte do 6° Boletim das Estatais Federais, divulgado sexta-feira (21) pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

Postado em: 23-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os dados fazem parte do 6° Boletim das Estatais Federais, divulgado sexta-feira (21) pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

Os cinco maiores grupos das empresas estatais, composto por Petrobras, Eletrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa, tiveram lucro de R$ 15,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano (janeiro a março). O valor é 44,8% superior ao obtido no mesmo período de 2017, quando essas empresas, que representam 90% do total de ativos do setor estatal federal, haviam apresentado lucro de R$ 10,4 bilhões.

Os dados fazem parte do 6° Boletim das Estatais Federais, divulgado sexta-feira (21) pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. “Os resultados das empresas estatais federais continuam evoluindo positivamente, tendo em vista os esforços para a melhoria da governança e reestruturação das empresas”, informou a pasta, em nota.

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O boletim também traz dados referentes à redução do quadro de pessoal das estatais. O total de empregados é de 500.967 pessoas, o que representa queda de 0,7% em relação ao mês de dezembro de 2017, e 8,9% em relação ao fechamento do ano de 2015, quando as empresas apresentavam um número total de 550.208 empregados.

O nível de endividamento das empresas ficou baixou para R$ 390 bilhões, o melhor resultado desde 2014. No ano passado, o endividamento das estatais era de R$ 412 bilhões. Se comparado com o endividamento de dezembro de 2015 (R$ 544 bilhões), a redução total foi 28,3% em relação ao número atual.

O Programa de Dispêndios Globais (PDG) é de R$ 1,7 trilhão para 2018, informou ainda a Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais, órgão vinculado ao Planejamento. Atualmente, existem 144 estatais federais no país.

Eletrobras

As discussões em torno da privatização de seis distribuidoras de energia da Eletrobras podem atrasar a desestatização da Eletrobras, disse na sexta (21) o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Em viagem aos Estados Unidos, ele declarou que o cronograma está cada vez mais apertado para que a venda da estatal saia ainda em 2018.

“Existe sim, a possibilidade de [a privatização da Eletrobras] não ocorrer este ano. Os prazos estão mais curtos para fazer uma operação este ano, e a gente ainda não aprovou a lei de privatização das distribuidoras”, disse o ministro depois de participar de reuniões em Washington. O áudio da entrevista foi divulgado pela assessoria do ministério.

Guardia ressaltou que a privatização das distribuidoras estaduais deficitárias – a maioria na Região Nordeste – é precondição para a operação de capitalização da Eletrobras. A desestatização da empresa do setor elétrico deve render até R$ 12,2 bilhões ao governo apenas com o pagamento da concessão de hidrelétricas da estatal pelo futuro controlador.

“Existe uma sequência lógica que não pode ser invertida. Antes de falar da capitalização da Eletrobras, precisamos viabilizar a privatização das distribuidoras. Esta é uma precondição para falar de qualquer operação com Eletrobras, e ainda não conseguimos”, declarou o ministro.

Enviado ao Congresso no início do ano, o projeto de lei que permite a privatização das distribuidoras tramita na Câmara dos Deputados, mas a comissão especial que discute a proposta não se reúne desde maio. O projeto repassa aos fundos setoriais – que estão incluídos na conta de luz – a dívida bilionária das distribuidoras. A transferência dos débitos para os consumidores é vista pelo governo como condição essencial para atrair investidores privados aos leilões.

O requerimento de urgência do projeto não foi votado ontem (20) na Câmara. Originalmente, os leilões das distribuidoras estão marcados para 26 de julho. (Agência Brasil)  

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