Onda de calor aumentou consumo de água e impactou valor da fatura

Abrir menos a torneira e usar um regador em vez de mangueira ajudam na economia de água e na redução do valor da fatura ao final do mês

Postado em: 04-10-2023 às 07h30
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Onda de calor aumentou consumo de água e impactou valor da fatura
Fabiana costuma lavar o quintal de casa todas as semanas, e de um mês pro outro a conta subiu quase R$ 40 | Foto: Leandro Braz

A onda de calor fez com que o consumo de água tratada aumentasse em Goiânia. Na casa da Fabiana Naves de Oliveira o valor da fatura subiu de R$ 75 para R$ 112, em apenas 30 dias. Todo esse aumento ocorreu devido ao tempo quente e tomado pela poeira. “Eu limpo minha casa diariamente, porque que é vento e poeira o dia inteiro. Depois da parte interna lavo o quintal pra tirar o sujeira que pode entrar para dentro”, conta a dona de casa.

Assim como ela, Iraides Campos Lima costuma ter a mesma prática na sua residência. “Aqui no setor as casas são mais altas, então a ventania é constante. Nessas semanas o calor foi tanto que era impossível tomar menos que três banhos gelados por dia. Na hora do aperto com as altas temperaturas e com a sujeira do tempo seco eu nem penso na fatura de água”, explica a aposentada.

Neste período de estiagem é registrado um aumento no consumo de água tratada. Em Goiás (considerando os municípios atendidos pela Saneago), a média de consumo de água tratada em agosto foi de 10,29 m³ por economia (famílias), um crescimento em relação a janeiro quando estava em 9,14 m³. 

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De acordo com a Saneago, muitos trabalhos foram realizados para que o cenário de estabilidade no abastecimento se mantivesse, isso não só em Goiânia, mas em todos os municípios atendidos pela Companhia. E apesar dos sistemas de abastecimento de água da Saneago estarem operando dentro da normalidade e a quantidade de água nos mananciais serem suficientes para manter os sistemas operando em 100%, o período de estiagem sempre demanda cautela.

Mas para que toda população tenha acesso a água sem nenhum prejuízo ou desperdício, é preciso consciência e economia, até para não ser pego de surpresa por um aumento na conta do mês. As dicas do cotidiano devem ser lembradas também na hora de aplacar o calor com uma ducha, regar as plantas, dar um banho no cachorro, lavar o quintal. Abrir menos a torneira, usar um regador em vez de mangueira, dar banho no cãozinho em uma bacia ajudam na economia do consumo de água e na redução do valor da fatura ao final do mês.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (Abnt) prevê banho de 5 minutos no chuveiro elétrico, onde são consumidos cerca de 30 litros de água. Para quem tem filhos, às vezes só um banho de mangueira acalma a criançada. Mas a alegria tem um custo bem maior que o chuveiro, com 60 litros de água consumidos nos mesmos 5 minutos. Regar as plantas e o banho no cachorro com mangueira têm o mesmo consumo. 

Vazamentos internos

Existem ainda os vazamentos nas instalações internas dos imóveis, que também contribuem para o desperdício de água e refletem na fatura. Neste caso, a responsabilidade pela detecção e conserto do vazamento é do próprio morador. Quando perceber qualquer infiltração, água aparente ou alteração no valor da conta, o cliente deve fazer testes e, quando constatado vazamento interno, procurar um profissional de sua confiança para fazer o reparo o mais rápido possível.

Isso aconteceu na casa da Fabiana, um fator que também refletiu no aumento de quase R$ 40 a mais na sua fatura. “Além do aumento no consumo, meu esposo identificou que a válvula da caixa de descarga do vaso sanitário estava desregulada, o que fazia com que a água escorresse sem parar. Agora que fizemos a troca, e vamos observar se no próximo mês o faturamento será menor que em setembro”. 

Há testes para testar vazamento: basta encher um copo com água, depois fechar o registro do hidrômetro; em seguida, abrir a torneira, aguardar a água que estava na tubulação parar de escorrer e elevar o copo cheio de água na boca da torneira. Se a torneira sugar a água e baixar o volume do copo, é possível que exista vazamento interno na residência.

O setor operacional da Saneago está reforçando gradualmente a zona de abrangência do Sistema Produtor Meia Ponte, com o objetivo de diminuir impactos sobre o abastecimento caso ocorra drástica redução de vazão durante o período de estiagem.

 Em média, 64% da Capital é abastecida com água proveniente do Ribeirão João Leite, enquanto 36% tem origem no Rio Meia Ponte. De qualquer forma, para maior garantia da estabilidade no abastecimento dos goianienses, os sistemas estão hoje interligados, por meio de uma adutora de integração. Esta adutora reforça o Sistema Meia Ponte com até 800 litros por segundo. Assim, é possível utilizar água reservada do João Leite para abastecer também bairros atendidos pelo Meia Ponte.

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