Brasil consumiu 3,7% mais energia elétrica em 2023, diz CCEE

Entre os motivos apontados para o aumento estão as ondas de calor que atravessaram o País e a maior movimentação de de alguns setores da economia

Postado em: 05-02-2024 às 09h40
Por: Ícaro Gonçalves
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Entre os motivos apontados para o aumento estão as ondas de calor que atravessaram o País e a maior movimentação de de alguns setores da economia | Foto: Marcello Casal Jr/ABr

O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu um novo recorde em 2023. Segundo estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foram 69.363 megawatts médios de energia elétrica, 3,7% a mais do que em 2022. 

Entre os motivos apontados para o aumento estão as ondas de calor que atravessaram o país no segundo semestre. O uso intenso de eletrodomésticos como ventiladores e ar-condicionado nos últimos meses do ano alavancou a demanda do mercado regulado, com alta foi de 2,5%.

O resultado positivo de alguns setores da economia também gerou aumento de demanda no mercado livre, no qual é possível escolher o fornecedor de energia e negociar condições de contrato. Segundo a CCEE, o consumo nesse tipo de mercado avançou 5,9% no comparativo anual. O crescimento reflete uma combinação da maior atividade em alguns setores produtivos, a chegada de novos entrantes no segmento e o impacto do calor em ramos como Comércio e Serviços, que também usaram mais os equipamentos de refrigeração.

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Para Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, os dados de 2023 mostram um expressivo crescimento no consumo brasileiro em relação a 2022, o aumento da geração de energia renovável no País, além de uma ampliação do mercado livre de energia.

Ramo das atividades econômicas

Entre os 15 setores da economia que compram energia elétrica no mercado livre, os três que tiveram o maior avanço percentual em 2023 foram saneamento (23,6%), comércio (16,8%) e serviços (14,5%). O primeiro foi influenciado pela migração de empresas para o ambiente livre após a edição do novo marco legal do Saneamento Básico. 

Nos outros dois segmentos, a alta resulta da maior atividade em supermercados, shopping centers e outros estabelecimentos, além do uso mais intenso de ar-condicionado, devido às temperaturas elevadas. A indústria de Metalurgia e Produtos de Metal apresentou o maior crescimento em termos absolutos, com uma produção estimulada pelo mercado internacional. Apenas três ramos reduziram seu consumo: veículos (-0,4%), têxteis (-1,3%), e químicos (-1,7%).

Quase todos os estados registraram um consumo maior em 2023, em relação ao ano anterior. Destaque para o Maranhão (33,8%), Acre (11,2%) e Mato Grosso (9,6%), que registraram temperaturas acima da média histórica. Em Goiás, o aumento registrado foi de 4,5%. Apenas dois estados reduziram o consumo: Rio Grande do Sul, com um leve declínio de 0,3%, e o Amapá, com redução de 1%.

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