Produção e exportação de algodão crescem 16,5% na safra 23/24

Conab estima um crescimento do consumo da fibra no país da ordem de 7%

Postado em: 14-03-2024 às 07h00
Por: Alexandre Paes
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Os números representam um crescimento de 16,5% em relação à safra anterior, e colocam Goiás em quinto lugar na produção nacional da fibra | Foto: Arquivo Pessoal

O algodão é um dos principais produtos de exportação do agronegócio do Brasil, que nesta safra 2023/24 passa a ser o terceiro produtor mundial de pluma com produção estimada pela Conab de 3,2 bilhões de toneladas. Juntamente com China, Índia, EUA e Paquistão produzem 18,7 milhões de toneladas, concentrando 76,4% da produção global, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Goiás é o quinto colocado no ranking nacional de produção de algodão total com estimativa de 151,3 mil toneladas na safra 2023/24, um crescimento de 16,5% em relação à anterior. Com 90,0% da área plantada até 17 de fevereiro, a semeadura de verão foi finalizada, restando ainda as áreas de segunda safra da cultura, cultivadas majoritariamente sob irrigação. Em suma, na 1ª safra, predomina-se no campo o estádio de desenvolvimento vegetativo e floração, com boa sanidade e condições climáticas favoráveis.

“Do total da produção goiana, semelhante ao que ocorre na média nacional, 40,0% serão de pluma, fibra natural mais utilizada na indústria têxtil mundial e, 60,0% de caroço de algodão, utilizado pelas esmagadoras para produção de suplemento nutricional animal, óleo vegetal, biodiesel e fabricação de cosméticos”, analisa o secretário da Seapa, Pedro Leonardo Rezende.

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Análises de mercado sinalizam que o crescimento da área destinada à cotonicultura nesta safra, que chegou a 19,4% no estado e 12,8% no país, deve-se, dentre outros, à estabilização do preço de exportação da pluma, redução dos custos de produção e elevação da rentabilidade, frente à tendência de queda nos preços da soja e do milho.

Produtores rurais de Goiás estão celebrando a perspectiva de colheitas abundantes e melhores rendimentos financeiros. Em uma conversa com João Silva, proprietário da Fazenda Esperança, ele compartilhou sua empolgação: “Estamos testemunhando um aumento notável na produção de algodão neste ano. As condições climáticas favoráveis e os avanços tecnológicos contribuíram significativamente para esse sucesso.”

Maria Oliveira, uma produtora familiar experiente da região de Rio Verde, acrescentou: “Investimos em técnicas de irrigação mais eficientes e na utilização de sementes de alta qualidade. Esses investimentos estão se traduzindo em colheitas mais robustas e rentáveis”. Ela destacou a importância da colaboração entre os agricultores e o apoio do governo. “Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos colegas produtores e contando com o suporte das autoridades governamentais. Essa parceria tem sido fundamental para superar desafios e alcançar resultados extraordinários.”

Os números representam um crescimento de 16,5% em relação à safra anterior, e colocam Goiás em quinto lugar na produção nacional da fibra. No mesmo sentido, as exportações e os produtos têxteis de algodão em Goiás também apresentaram crescimento significativo, com um aumento de 46,6% e 9,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. Neste contexto, destaca-se especialmente a relevância da China enquanto principal destino das exportações de algodão brasileiro.

A Conab estima um crescimento do consumo da fibra no país da ordem de 7%, mas o foco do produtor tem sido o mercado externo, em um contexto de estabilidade nos preços internacionais. O principal destino tem sido a China, com 48,0% de participação no valor, em 2023. Atenção especial deve ser direcionada aos preços do frete marítimo, em face do cenário de instabilidade geopolítica internacional, em especial no golfo de Áden, região em conflito no Mar Vermelho, importante rota de transporte de cargas comerciais com destino à Ásia.

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