Corte na taxa Selic dá sinal verde para vendas do setor imobiliário

Medida impacta na redução dos juros imobiliários, que reflete diretamente no aumento de poder de compra de imóveis

Postado em: 22-03-2024 às 07h00
Por: Alexandre Paes
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Copom reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano | Foto: Leandro Braz/OHoje

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano. Este foi o sexto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023. Essa redução pode resultar em um novo ciclo de boom imobiliário, aumentando as vendas de imoveis principalmente em Goiás.

De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, o corte da Selic impacta diretamente na redução dos juros do financiamento imobiliário. “Essa redução faz diminuir o valor da parcela e, assim, mais pessoas conseguem realizar a compra de um imóvel. Ou seja, aumenta a demanda, que aquece o mercado e, na ponta, a valorização dos imóveis deve se intensificar ainda mais nos próximos meses”, explica Melazzo.

O presidente ainda afimar que esse é um momento interessante de se investir em imóveis, pois pode ser o início de um novo ciclo de grande valorização. “O corte da Selic trará melhores condições para as compras de imóveis na planta, pois impactarão na redução das taxas de juros para os financiamentos imobiliários, sem contar com a melhora no poder de compra do brasileiro”, destacou.

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Em Goiânia, o perfil mais requisitado são os imóveis de médio e alto padrão. Os comerciais, com o aquecimento da economia, têm tido uma aceitação alta por parte da população. A pesquisa de mercado da Ademi, realizada pela Brain, apontou, em 2023, um aumento, atingindo o valor médio de R$ 8.000,00 para as residências e de R$ 12.000,00 para os comerciais. Contudo, já em 2024 alguns lançamentos residenciais de alto padrão superaram o valor de R$ 17.000,00 e comercial o valor de R$ 20.000,00, sinalizando que o preço dos imóveis tendem a aumentar.

Segundo a organização, durante o ano passado, foram lançadas 11.550 novas unidades em Goiânia, entre prédios residenciais, comerciais, casas e hoteis. A quantidade é cerca de 80% superior ao registrado em 2018, início do ciclo de crescimento. O valor geral de vendas (VGV) dos lançamentos atingiu R$ 6,3 bilhões, quase 2,5 vezes superior ao registrado em 2018. As vendas também saltaram nesse período: 119% em VGV e 68,5% em unidades.

Incorporadoras e escritórios de arquitetura renomados detectaram um grande nicho a ser explorado e já estão atuando na cidade nos novos lançamentos. A empresária Ana Flávia Machado, CEO da AFS Empreendimentos, é uma das que enxerga grande potencial na capital goiana.

“Goiânia é uma cidade pujante, com uma clientela exigente e que gosta de investir em bens palpáveis como um imóvel. Portanto, a cidade carece de imóveis com esse padrão de excelência e luxo. Ela também está vivendo um turismo de negócios e hospitalar, que impulsiona a demanda por hospedagem de alto padrão e segunda moradia, principalmente de quem atua no agronegócio no interior de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Tanto empresários como suas famílias buscam imóveis a fim de ter um ponto de apoio na capital para atender tais demandas, ou um residencial para filhos que estão estudando, ou ainda para gerar investimentos certeiros”, avalia Ana Flávia.

Historicamente entre as capitais com menor valor de metro quadrado do país, Goiânia aproveita um cenário econômico favorável, a demanda reprimida por imóveis e a necessidade de corrigir o aumento do INCC (inflação da construção) para aumentar seus preços. Ainda assim, os valores são atraentes em comparação a outras capitais, incentivando incorporadoras e marcas famosas a fechar parcerias para entrar no mercado imobiliário local.

“O crescente PIB de Goiás, que supera o brasileiro nos últimos quatro anos, traz investimentos em infraestrutura, mais indústria, mais comércio, mais serviços, mais emprego. Outro fator para essa ascensão tem muito a ver com a taxa Selic. Esses dois fatores, sem sombra de dúvidas, aumentam muito o apetite do adquirente que compra para morar, seja para sua primeira moradia, ou fazer um upgrade da sua moradia vigente e também para o investidor, que adquire um imóvel pra fazer uma renda duradoura, perene ao longo dos anos por meio de locação, por exemplo”, finaliza Felipe Melazzo.

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