Políticas públicas ajudam na redução de insegurança alimentar grave 

Situação de insegurança alimentar grave saiu de 33 milhões de pessoas para 20 milhões, afirma Instituto Fome Zero

Postado em: 23-03-2024 às 07h00
Por: Alexandre Paes
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Situação de insegurança alimentar grave saiu de 33 milhões de pessoas para 20 milhões, afirma Instituto Fome Zero | Foto: Divulgação

A retomada de diversas políticas públicas no último ano auxiliaram na redução do número de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, saindo de 33 milhões de pessoas para 20 milhões, conforme estudo do Instituto Fome Zero (IFZ) divulgado neste mês. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) auxiliou neste processo a partir da execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 

Com cerca de R$ 712,4 milhões destinados à agricultura familiar, o Programa beneficiou mais de 49 mil produtores e produtoras que irão distribuir mais de 94 mil toneladas de alimentos à rede socioassistencial, equipamentos públicos e sociais de segurança alimentar e nutricional, e demais entidades de atendimento acompanhadas pelos conselhos municipais e estaduais de políticas temáticas que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. 

“Mas ainda são 20 milhões de pessoas que dormem e acordam todo dia com a incerteza da alimentação. E o que nós queremos é combater a fome não só na quantidade, é também na qualidade, com nutrição”, destacou o presidente da Companhia, Edegar Pretto. 

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“Por isso, nós estamos em um grande diálogo com o Ministério da Saúde para colocar em prática aquilo que já é reconhecido como principal item para garantir uma boa saúde: ter uma boa alimentação. Então, a fome, nós vamos erradicar com qualidade, com os nutrientes necessários”, reforçou.

Outro desafio que se impõe nos próximos anos é a disponibilidade de alimentos a preços acessíveis aos consumidores brasileiros. Nesse sentido, o ministro do MDA salientou a importância do trabalho executado pela Conab para geração de dados ao setor, como o levantamento de safra e acompanhamento de mercado, de forma a subsidiar o governo para a melhor tomada de decisão. 

“Nós temos muitos mecanismos de incentivo e estímulo que se usados antecipadamente a gente consegue manter os preços que caibam no salário da classe trabalhadora brasileira e todos se alimentem adequadamente”, ponderou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. 

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, ressaltou a importância do compartilhamento das informações produzidas pela Companhia entre as duas instituições. “A gente precisa fazer a aproximação de dados e informações que têm nas nossas instituições. Isso é muito rico. Se a gente se integrar, eu acho que a gente vai conseguir cada vez mais tomar decisões mais preditivas”.

Ações de contribuição 

Além do PAA, também foi destacada a retomada da política de formação de estoques públicos a partir da compra de milho. No ano passado, a Companhia adquiriu 342,25 mil toneladas do cereal. Além de garantir a renda aos agricultores, a partir da compra pelo preço mínimo, o produto beneficiou 8.257 criadores e criadoras de pequeno porte no país a partir da comercialização de mais de 63 mil toneladas do cereal pelo Programa de Venda em Balcão, sendo que 68% das vendas ocorreram na Região Nordeste.

No último ano, a Conab realizou a doação de mais de 200 mil cestas, o que representa cerca de 4,3 mil toneladas de alimentos distribuídos, atendendo a mais de 100 mil famílias atingidas pela seca e pelas enchentes no país e também para famílias indígenas em situação de insegurança alimentar e nutricional. A estatal também atuou no apoio aos setores leiteiro, extrativo, tritícola e da borracha natural.

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