Aluguel residencial sobe pelo segundo mês consecutivo; entenda o impacto

O aumento repentino representa um desafio adicional em um período já difícil economicamente

Postado em: 08-05-2024 às 07h00
Por: Redação
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Aumento de 1,40% em abril lança luz sobre os desafios enfrentados pelos inquilinos | Foto: Raimundo Rocha

Thais Teixeira 

Os aluguéis residenciais subiram quase 2% em abril, após terem aumentado 1,06% em março. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).  Apenas nos últimos 12 meses, o índice acumulou uma alta de 9,16%, e um avanço de 8,48% nos 12 meses terminados em março.

O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis.

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No cenário econômico nacional, o aluguel residencial tornou-se o foco de atenção no mês de abril, Esta ascensão, embora possa parecer modesta à primeira vista, ressoa fortemente nas despesas mensais dos inquilinos em todo o país. A notícia foi recebida com uma gama de reações, desde preocupações financeiras até análises cautelosas por parte dos especialistas em economia.

Para muitos goianos que vivem de aluguel, o aumento repentino representa um desafio adicional em um período já difícil economicamente. Maria das Graças, moradora de um apartamento alugado na região sul de Goiânia, expressou sua inquietação: “Cada vez fica mais difícil equilibrar o orçamento familiar com esses constantes aumentos no aluguel. Estamos sempre à mercê das decisões do mercado.”

Economistas apontam diversos fatores para explicar esse aumento. Entre eles, destacam-se a inflação em alta, os custos de manutenção e a crescente demanda por imóveis em algumas regiões metropolitanas. Para Ana Luiza, analista econômica, “O mercado imobiliário está em um período de ajuste após a volatilidade causada pela pandemia, e esses aumentos refletem a busca por estabilidade por parte dos proprietários.”

No Rio de Janeiro, o índice saiu de aumento de 5,00% para queda de 0,46% no período; em Belo Horizonte, de alta de 3,75% para recuo de 3,38%; e em Porto Alegre, de queda de 2,08% para elevação de 2,02%. No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 7,44% em São Paulo; 10,45% em Belo Horizonte; 11,05% no Rio de Janeiro; e 8,75% em Goiânia.

No entanto, nem todos os inquilinos se sentem desamparados diante dessas mudanças. João Silva, que vive em um apartamento alugado em Rio Verde, vê uma oportunidade: “Com o aumento do aluguel, estou considerando seriamente investir na compra de um imóvel próprio. A longo prazo, pode ser uma solução mais econômica e segura.”

Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados. Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de uma alta de 0,64% em março para uma elevação de 3,20% em abril.

Os efeitos desse aumento não se limitam apenas aos inquilinos. Há preocupações sobre como isso pode impactar a economia como um todo. Carolina Santos, especialista em finanças, ressalta: “O aumento do aluguel pode ter um efeito cascata, afetando os gastos dos consumidores em outras áreas e, potencialmente, desacelerando o crescimento econômico.”

Diante desse cenário, muitos inquilinos estão buscando alternativas, desde renegociações de contratos até a procura por imóveis mais acessíveis. Contudo, para alguns, as opções são limitadas. Pedro Oliveira, que reside em um apartamento alugado em Anapolis, comenta: “É difícil encontrar opções mais baratas que atendam às nossas necessidades e que não comprometam nossa qualidade de vida.”

Enquanto isso, o debate sobre políticas públicas para conter esses aumentos ganha força. Alguns clamam por intervenção governamental para regular o mercado de aluguel, enquanto outros defendem uma abordagem mais laissez-faire. O que é certo é que o aumento de 1,40% em abril lança luz sobre as complexidades e desafios enfrentados pelos inquilinos e pela economia como um todo, gerando um debate crucial sobre o futuro do mercado imobiliário no Brasil.

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