Banco Central pisa no freio e reduz Selic para 10,50% ao ano

Em meio a incertezas e divisão no Copom, taxa básica de juros tem ritmo de queda desacelerado

Postado em: 08-05-2024 às 20h26
Por: Vitória Bronzati
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Cinco diretores votaram a favor do corte menor, enquanto os outros quatro defenderam uma redução mais expressiva, de 0,50 ponto percentual | Foto: Rodrigo Oliveira/Caixa Econômica Federal

Em uma decisão apertada e que reflete a atual conjuntura econômica incerta, o Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano. A medida, tomada nesta segunda-feira (8), durante o segundo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marca o fim da sequência de cortes de 0,50 ponto percentual a cada encontro, iniciada em agosto de 2023.

A decisão, que não foi unânime, evidencia a divisão no Copom. Cinco diretores votaram a favor do corte menor, enquanto os outros quatro defenderam uma redução mais expressiva, de 0,50 ponto percentual. Essa divisão reflete, em parte, o impacto da recente mudança na meta fiscal do governo para 2025 e anos seguintes, adiando para 2026 a meta de zerar o déficit das contas públicas.

Apesar da desaceleração no ritmo de corte, o Copom reforçou o compromisso com a convergência da inflação para a meta, destacando a necessidade de “serenidade” na condução da política monetária. O cenário global incerto e a resiliência da atividade doméstica, combinados com expectativas desancoradas, exigem cautela, segundo o Comitê.

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Cenário fiscal em mutação e perspectivas para a próxima reunião

A recente alteração na meta fiscal, poucos meses após sua entrada em vigor, gerou maior divergência nas apostas para o corte da Selic. Apesar da divisão, o comunicado do Copom ressalta a importância de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida para a ancoragem das expectativas de inflação e a redução dos prêmios de risco.

Ainda que o ritmo de corte tenha diminuído, o Copom não sinalizou se manterá essa estratégia na próxima reunião, marcada para junho. O comunicado do Comitê indica que a extensão e a adequação de futuros ajustes na taxa de juros dependerão do compromisso firme com a convergência da inflação para a meta.

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