Chuvas e Enchentes no Sul não devem afetar preço do arroz e feijão em Goiás

Mais de 80% do plantio de arroz no Rio Grande do Sul já foi colhida, diminuindo a probabilidade de perda da safra

Postado em: 10-05-2024 às 07h00
Por: Redação
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Flores de Goiás, São Miguel do Araguaia e São João d’Aliança são os três principais municípios produtores de arroz no estado | Foto: Divulgação/Seapa Goiás

O Rio Grande do Sul vem enfrentando fortes chuvas e inundações, no total foram registradas 107 mortes até o momento, a tragédia também deixou mais de 67 mil pessoas desabrigadas, além de diversas cidades sem luz e água potável gerando um grande problema econômico. Pelo fato do estado ser um grande produtor de arroz, uma das preocupações que surgem é sobre a possível necessidade da importação do produto. 

Em Goiás, segundo o secretário da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), Pedro Leonardo, esse risco é praticamente inexistente. “Esse menor risco em Goiás se dá porque a nossa produção de arroz e feijão tem sido alta nos últimos anos, com o governo trabalhando ativamente no apoio e no incentivo dessas culturas, o que fortalece a segurança alimentar no estado”, explicou.

Pedro também exemplifica que o estado de Goiás foi o obtentor de uma das maiores safras de arroz na última colheita. “A última safra foi uma das maiores e, graças às tecnologias empregadas, o estado caminha para ser auto suficiente do produto em até cinco anos”, pontua.

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Em relação ao feijão, o secretário explicou que também não tem risco de desabastecimento, e que Goiás é responsável por quase 10% do plantio e colheita do grão. “Somos o quinto maior produtor de feijão, respondendo por quase 10% da produção nacional”, destacou o secretário da Seapa.

Leonardo informou que mais de 85% do arroz do Rio Grande do Sul já foi recolhido e que não vai faltar abastecimento, mas existe uma dificuldade de distribuição e armazenamento. “O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 80% de toda oferta de arroz no Brasil, soma-se às produções de Santa Catarina, do Paraná e um pouco do que é importado”, diz. 

No entanto, o produtor está sofrendo com problemas climáticos, e essas chuvas podem fazer com que a oferta do arroz seja pouco prejudicada, não só pela produção uma vez que mais de 85% do arroz do Rio Grande do Sul já foi recolhido mas a gente pode sofrer problemas com a distribuição e com armazenamento.

O assessor técnico da FAEG, Leonardo Machado, também informou que é preciso observar o mercado para observar os impactos que podem ser gerados no preço do produto e que a dificuldade no armazenamento e distribuição pode gerar impacto no mercado. 

“Então é um momento em que é preciso observar bem esse mercado de arroz para ver os impactos que ele pode estar causando no preço, é importante colocar que a Federação do Arroz Riograndense já colocou que problemas de abastecimento não vai ter, ou seja, não vai faltar arroz porém toda essa dificuldade da distribuição e no armazenamento  pode trazer um impacto a esse mercado.”

Leonardo Machado também explicou sobre a situação da soja no estado, ele contou que apesar do Rio Grande do Sul ser o segundo maior produtor de soja nacionalmente, outros estados conseguem atender a produção do produto. 

“Outra cultura bastante ameaçada com as chuvas é a soja, a soja ela sofre nesse momento também com a colheita. Porém a gente sabe que a soja é um produto Commodity, é um produto que tem a sua precificação internacional, e o Rio Grande do Sul apesar de ser o segundo produtor temos outros estados que atendem essa produção, no caso do feijão a gente ainda não tem muita informação mas vale lembrar e ressaltar que o feijão que é produzido no Rio Grande do Sul é aquele feijão preto, diferente do carioquinha consumido em Goiás e na maior parte do Brasil.”

Possível solução?

Na última terça-feira (7) o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que existe a possibilidade do Brasil precisar importar arroz e feijão para controlar a alta dos preços. Em entrevista à empresa de comunicação EBC, durante o programa Bom Dia Presidente, Lula declarou: “Fiz uma reunião com o ministro [do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar] Paulo Teixeira e com o ministro [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] Carlos Fávaro sobre a questão do preço do arroz e do feijão, porque estavam caros”, argumentou. 

Em seguida, Lula continuou: “Eu disse que não era possível a gente continuar com o preço caro. Alegaram que a área plantada estava diminuindo e que havia um problema do atraso da colheita no Rio Grande do Sul”, disse. “Agora, com a chuva, acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, vamos ter que importar arroz, vamos ter que importar feijão. Para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, finalizou.

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