Nova taxa de importação impacta consumidores brasileiros

Promulgada pelo presidente Lula, a legislação estabelece uma taxação de 20% sobre compras internacionais

Postado em: 10-07-2024 às 02h30
Por: Luana Carvalho
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A "Taxa das Blusinhas" levanta debates importantes sobre o equilíbrio de mercado e práticas de consumo sustentável | Foto: iStock

A partir de 1º de agosto, entra em vigor a nova política tributária conhecida popularmente como “Taxa das Blusinhas”, uma medida que impactará diretamente o bolso dos consumidores brasileiros e o cenário econômico nacional. Promulgada pelo presidente Lula, a legislação estabelece uma taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, visando nivelar o campo de competição para o comércio local e buscando alterar hábitos de consumo em plataformas estrangeiras populares como Shein, Shopee e AliExpress.

A medida, que recebe críticas e elogios de diferentes setores, promete alterar significativamente o custo final de produtos adquiridos no exterior. André Charone, contador tributarista e especialista em negócios internacionais, comenta sobre os impactos dessa nova tributação: “Ninguém gosta de pagar mais impostos. Essa medida pode parecer um estímulo ao comércio local, mas acaba penalizando especialmente os consumidores mais humildes, que recorrem a esses sites para adquirir produtos básicos e acessíveis, como peças de celular e roupas simples.”

Charone também sugere uma abordagem alternativa que poderia beneficiar mais a economia interna: “Reduzir a carga tributária sobre o comércio local não só tornaria os produtos nacionais mais competitivos, mas também impulsionaria a economia de maneira mais efetiva.”

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Além do aumento direto nos preços, especialistas preveem que a nova taxa poderá incentivar grandes varejistas internacionais a estabelecerem operações locais no Brasil, buscando reduzir custos logísticos e melhorar os tempos de entrega. Esta estratégia, por sua vez, poderia mitigar os efeitos da tributação adicional sobre os consumidores.

A “Taxa das Blusinhas” levanta debates importantes sobre o equilíbrio de mercado e práticas de consumo sustentável. André Charone destaca a necessidade de políticas que ponderem a proteção ao mercado interno com a acessibilidade para os consumidores: “É crucial que o governo considere estas questões ao implementar novas políticas tributárias.”

Com a nova legislação, as compras internacionais de baixo valor serão substancialmente afetadas. Anteriormente isentas de imposto de importação para valores inferiores a US$ 50, essas transações agora serão tributadas com um imposto de 20%, somado ao ICMS, que pode variar entre 17% e 19%. Isso significa que o custo final de produtos como roupas, eletrônicos e acessórios adquiridos em sites estrangeiros aumentará significativamente.

Para ilustrar o impacto prático, Charone oferece um exemplo simples: “Se um consumidor compra uma blusa de US$ 30 de um site chinês, antes ele pagaria apenas o valor do produto mais o ICMS. Agora, além desses valores, será aplicada uma taxa adicional de 20% sobre o total, elevando consideravelmente o custo final da compra.”

A longo prazo, a implementação dessa nova taxa pode resultar em uma reestruturação das estratégias de comércio eletrônico e tributação internacional, influenciando diretamente o comportamento dos consumidores e as operações das empresas no mercado brasileiro. Enquanto isso, consumidores e empresários se preparam para um cenário econômico renovado, adaptando-se às novas regulamentações e desafios de um mercado globalizado em constante evolução.

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