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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Negócios

Comércio cresce pelo 5º mês seguido

Com alta de 1,2% em maio, setor atinge o ponto mais alto da série histórica do IBGE

Postado em 12 de julho de 2024 por Tathyane Melo
O setor acumula uma expansão de 5

O comércio brasileiro continua a mostrar força em 2024, com um crescimento de 1,2% nas vendas em maio em relação a abril. Este aumento marca o quinto mês consecutivo de alta, levando o setor a alcançar o maior volume de vendas desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em janeiro de 2000. O recorde anterior havia sido estabelecido em abril deste ano. Com os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgados na quinta-feira (11), o setor acumula uma expansão de 5,6% em 2024 e 3,4% nos últimos 12 meses.

Cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram resultados positivos em maio. A principal contribuição para o crescimento veio de hiper e supermercados, cujas vendas aumentaram 0,7%, registrando o segundo mês consecutivo de alta. Este segmento é crucial, representando 54,7% do volume total de vendas do comércio. Em seguida, destacaram-se os outros artigos de uso pessoal e doméstico, com um crescimento de 1,6%, e as atividades de tecidos, vestuário e calçados, que subiram 2,0%. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, e livros, jornais, revistas e papelaria também apresentaram leves aumentos, ambos de 0,2%.

Na sequência, se destacam a atividade outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%). Também apresentaram evolução positiva as atividades de tecidos, vestuário e calçados (2,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%).

Desempenho dos segmentos comerciais

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, o resultado positivo é bastante significativo. Ele atribui este desempenho ao aumento no nível de emprego, da massa salarial e à concessão de crédito, fatores que impulsionam o consumo.

No entanto, nem todos os segmentos tiveram bom desempenho. As vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 1,2%, combustíveis e lubrificantes registraram uma queda de 2,5%, e equipamentos e material para escritório informática e comunicação apresentou uma retração expressiva de 8,5%.

Impactos regionais e setoriais

A queda no segmento de combustíveis e lubrificantes foi atribuída à redução da atividade.“No setor de combustíveis e lubrificantes, essa queda tem a ver com a diminuição de uma atividade de transporte no sul do país, em decorrência das enchentes”, explica Cristiano.

Em móveis e eletrodomésticos, observou-se um comportamento misto: enquanto as vendas de eletrodomésticos aumentaram, as de móveis diminuíram. “Já na atividade de material para escritório, informática e comunicação, o dólar estava valorizado em relação ao real, o que afugenta as demandas do setor de informática, que são mais de produtos importados”, pontuou.

Comparação anual

Na comparação com maio do ano passado, o comércio brasileiro apresentou alta de 8,1%. Essa alta foi disseminada por cinco das oito atividades: outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (13,6%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,5%), móveis e eletrodomésticos (2,1%) e tecidos, vestuário e calçados (2,0%).

Cristiano Santos ressaltou que o crescimento positivo foi bem disseminado, com apenas três atividades apresentando queda. Entre as atividades com maior peso, hiper e supermercados, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico foram os principais impulsionadores do crescimento. “O resultado positivo foi bem disseminado, com apenas três atividades com queda”, comentou Santos.

As outras três atividades tiveram resultados negativos: livros, jornais, revistas e papelaria (-8,9%), combustíveis e lubrificantes (-3,2%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,2%).

“Esse crescimento de 8,1% é bem consistente e só se assemelha a fevereiro deste ano. Hiper e supermercados, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram ganhos mais pronunciados, de dois dígitos, e ajudaram a manter esse ritmo de crescimento mais forte”, avaliou Cristiano Santos.

Desafios e oportunidades 

Apesar dos resultados positivos, o setor ainda enfrenta desafios. A volatilidade cambial e as incertezas econômicas globais podem impactar a demanda por produtos importados, como os de informática. Além disso, eventos climáticos extremos, como as enchentes no sul do país, podem afetar negativamente alguns segmentos.

Por outro lado, as oportunidades estão presentes na diversificação de produtos e serviços, bem como no fortalecimento das estratégias de vendas online, que têm mostrado crescimento constante. O comércio eletrônico, em particular, tem se beneficiado das mudanças nos hábitos de consumo, com um número crescente de consumidores optando por compras online.

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