Captação da poupança bate recorde para meses de agosto, neste ano

Depósitos superaram saques em R$ 11,4 bilhões no mês passado, informou o Banco Central, nesta sexta-feira (4) | Foto: Reprodução.

Postado em: 04-09-2020 às 16h45
Por: Nielton Soares
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Depósitos superaram saques em R$ 11,4 bilhões no mês passado, informou o Banco Central, nesta sexta-feira (4) | Foto: Reprodução.

Aplicação financeira mais
tradicional dos brasileiros, a caderneta de poupança voltou a atrair o
interesse dos brasileiros em meio à pandemia provocada pelo novo Coronavírus (Covid-19).
No mês passado, os investidores depositaram R$ 11,4 bilhões a mais do que
retiraram da aplicação, informou nesta sexta-feira (4) o Banco Central. A
captação líquida é oito vezes maior que a de agosto do ano passado, quando os
brasileiros tinham depositado R$ 1,31 bilhão a mais do que tinham sacado.

O resultado de agosto é o maior
já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. Com o resultado
do mês passado, a poupança acumula entrada líquida de R$ 123,98 bilhões nos
oito primeiros meses do ano.

A aplicação tinha começado o ano
no vermelho. Em janeiro e fevereiro, os brasileiros retiraram R$ 15,93 bilhões
a mais do que depositaram. A situação começou a mudar em março, com o início da
pandemia da covid-19, quando os depósitos passaram a superar os saques.

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O interesse dos brasileiros na
poupança se mantém apesar da recuperação da bolsa de valores nos últimos meses
e da melhora das condições de outros investimentos, como títulos do Tesouro.
Nos dois primeiros meses da pandemia, as turbulências no mercado financeiro
fizeram investidores migrar para a caderneta.

Rendimento

Com rendimento de 70% da Taxa
Selic (juros básicos da economia), a poupança atraiu mais recursos mesmo com os
juros básicos em queda. Com as recentes reduções na taxa Selic, o investimento
está rendendo menos que a inflação.

Nos 12 meses terminados em
agosto, a aplicação rendeu 2,9%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve como
prévia da inflação oficial, atingiu 2,28%. O IPCA cheio de junho será divulgado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 9.

Para este ano, o boletim Focus,
pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê
inflação oficial de 1,77% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com
a atual fórmula, a poupança renderia 1,4% este ano, caso a Selic de 2% ao ano
estivesse em vigor desde o início do ano. No entanto, como a taxa foi sendo
reduzida ao longo dos últimos meses, o rendimento acumulado será um pouco
maior.

Histórico

Até 2014, os brasileiros
depositaram mais do que retiraram da poupança. Naquele ano, as captações
líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015,
os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas,
em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram
sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques
superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017,
quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018, com
captação líquida de R$ 38,26 bilhões. Em 2019, a poupança registrou captação
líquida de R$ 13,23 bilhões. (Agência Brasil)

 

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