Captação da poupança bate recorde para mês de setembro

Depósitos superaram saques em R$ 13,2 bilhões no mês passado/Foto: Reprodução

Postado em: 06-10-2020 às 18h04
Por: Douglas Rocha
Imagem Ilustrando a Notícia: Captação da poupança bate recorde para mês de setembro
Depósitos superaram saques em R$ 13,2 bilhões no mês passado/Foto: Reprodução

Aplicação financeira mais tradicional
dos brasileiros, a caderneta de poupança voltou a atrair o interesse em meio à
pandemia provocada pelo novo Coronavírus. No mês passado, os investidores
depositaram R$ 13,22 bilhões a mais do que retiraram da aplicação, informou
nesta terça-feira o Banco Central. A captação líquida é 51% maior que a de
setembro do ano passado, quando os brasileiros tinham depositado R$ 8,72
bilhões a mais do que tinham sacado.

O resultado de setembro é o maior
já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995, e agora a
poupança acumula entrada líquida de R$ 137,21 bilhões nos nove primeiros meses
do ano.

A aplicação começou o ano no
vermelho. Em janeiro e fevereiro, os brasileiros retiraram R$ 15,93 bilhões a
mais do que depositaram. A situação começou a mudar em março, com o início da
pandemia da covid-19, quando os depósitos passaram a superar os saques.

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O interesse dos brasileiros na
poupança se mantém apesar da recuperação da bolsa de valores nos últimos meses.
Nos dois primeiros meses da pandemia, as turbulências no mercado financeiro
fizeram investidores migrar para a caderneta. As oscilações do Tesouro Direto
em setembro também ajudaram a atrair investidores para a segurança da
caderneta, mesmo o rendimento sendo menor.

Rendimento

Com rendimento de 70% da Taxa
Selic (juros básicos da economia), a poupança atraiu mais recursos mesmo com os
juros básicos em queda. Com as recentes reduções na taxa Selic, o investimento
está rendendo igual ou menos que a inflação.

Nos 12 meses terminados em
setembro, a aplicação rendeu 2,67%, segundo o Banco Central. No mesmo período,
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve
como prévia da inflação oficial,
atingiu 2,65%. O IPCA cheio de setembro será divulgado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 9.

Para este ano, o boletim Focus,
pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê
inflação oficial de 2,12% pelo Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com a atual fórmula, a poupança
renderia 1,4% este ano, caso a Selic de 2% ao ano estivesse em vigor desde o
início do ano. No entanto, como a taxa foi sendo reduzida ao longo dos últimos
meses, o rendimento acumulado será um pouco maior.

Histórico

Até 2014, os brasileiros
depositaram mais do que retiraram da poupança. Naquele ano, as captações
líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015,
os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas,
em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram
sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques
superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017,
quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018, com
captação líquida de R$ 38,26 bilhões. Em 2019, a poupança registrou captação
líquida de R$ 13,23 bilhões. (Agência Brasil)

 

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