Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Conab prevê produção recorde de grãos na safra brasileiro de 2020/21

O volume é 4,2% maior do que o recorde anterior registrado | Foto: Reprodução.

Postado em: 08-10-2020 às 10h15
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Conab prevê produção recorde de grãos na safra brasileiro de 2020/21
O volume é 4,2% maior do que o recorde anterior registrado | Foto: Reprodução.

Com 268,7 milhões de toneladas, o Brasil deve ter uma
produção recorde de grãos na safra 2020/21. O volume, divulgado pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), é 4,2% maior do que o recorde anterior,
alcançado na safra 2019/2020, quando foram produzidas 257,7 milhões de
toneladas.

A Conab estima também um crescimento de 1,3% na área
cultivada. A expectativa é que em 2020/21 o plantio ocupe cerca de 66,8 milhões
de hectares, 879,5 mil hectares a mais que na safra anterior.

As estimativas fazem parte do primeiro de 12 levantamentos de
campo que a Conab realiza a cada safra. Participam da coleta dos dados 80
técnicos espalhados por todas as regiões do país, que contatam aproximadamente
900 informantes cadastrados.

Continua após a publicidade

“Essa nova safra começa num cenário de preços muito altos, os
produtores de uma maneira geral estão muito motivados a investir”, disse o
presidente da Conab, Guilherme Bastos, ao apresentar os dados.

Bastos destacou os preços do milho, que registram preços
entre 50% a 100% maiores do que no ano passado, e da soja, que atingiu
recentemente a cotação de R$ 123 por saca, o maior valor nominal já registrado.

No caso do arroz, Bastos disse que a Conab observa uma
estabilização de preços, depois da recente alta impulsionada pelo aumento nas
exportações e no consumo interno.

Grãos

Em 2020/21, a produção de soja deve ficar em 133,7 milhões de
toneladas, estima a Conab, o que mantém o Brasil como o maior produtor mundial
da oleaginosa. A colheita de milho também deve ser recorde, de 105,2 milhões de
toneladas, 2,6% a mais do que no ano anterior.

A área de cultivo de arroz deve aumentar 1,6%, mas os
técnicos da Conab estimam queda de 4,2% na produtividade, o que deve resultar
numa colheita de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo pode ocorrer com o feijão,
cuja safra estimada é 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição
de 3,2% em relação à temporada passada.

No caso do algodão em pluma, deve cair a área plantada e a
produtividade. A produção para o produto deve se limitar a 2,8 milhões de
toneladas, redução de 6,2% ante a safra anterior.

Neste ano, contudo, a exportação de algodão deve bater o
recorde de 1,2 milhão de toneladas produzidas até setembro deste ano, 49%
superior em relação ao mesmo período do ano anterior.

O milho deve atingir, na safra atual, 34,5 milhões de
toneladas exportadas, enquanto a exportação de soja deve ficar em 82 milhões de
toneladas e subir 3,7% na safra 2020/21, chegando a 85 milhões de toneladas,
estima a Conab.

Em geral, as exportações devem se manter elevadas devido ao
câmbio favorável, avalia a Conab.

Industria

O setor industrial nacional teve alta em 12 dos 15 locais
analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Regional), na passagem de julho
para agosto. O resultado mostra que seis locais já superaram o patamar
pré-pandemia da covid-19: Amazonas (7,6%), Pará (5,5%) Ceará (5%), Goiás
(3,9%), Minas Gerais (2,6%) e Pernambuco (0,7%) estão acima do nível de
produção de fevereiro de 2020. Os dados foram divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção industrial nacional cresceu 3,2% em agosto, quarta
alta seguida. O gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, explicou que esse
resultado está ligado à reabertura e à flexibilização do isolamento social. “A
pesquisa reflete, em grande medida, a ampliação do movimento de retorno à
produção de unidades produtivas, após paralisações e interrupções por conta da
pandemia”.

Na comparação com agosto de 2019, a produção industrial apresentou
queda de 2,7%, com retração de nove dos 15 locais pesquisados.

A PIM-Regional apontou que o Pará teve a maior alta na
produção em agosto, com 9,8%. A taxa dá ao estado o segundo lugar em influência
no resultado geral. “É a terceira taxa positiva consecutiva do Pará, com ganho
de 18,2% nesse período”, disse, em nota, Almeida, acrescentando que o índice
foi influenciado pelo desempenho do setor de extração mineral, que equivale a
aproximadamente 88% da produção industrial paraense. (ABr)

Veja Também