Volkswagen sofre nova ação no Brasil por suspeita de fraude em dispositivos antipoluentes

Segundo associação, software funcionava apenas nos testes de aprovação dos veículos. Após, causaram danos a motores e prejuízos aos consumidores | Foto: Reprodução

Postado em: 10-12-2020 às 12h20
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Volkswagen sofre nova ação no Brasil por suspeita de fraude em dispositivos antipoluentes
Segundo associação, software funcionava apenas nos testes de aprovação dos veículos. Após, causaram danos a motores e prejuízos aos consumidores | Foto: Reprodução

Nielton Soares

Mais de 80 mil clientes da Volkswagen
que adquiriram a picape Amarok, com motor a diesel, que deveria ser menos
poluente, acusam a montadora de fraude. Uma vez que do contrário do benefício,
eles tiveram problemas com os veículos. É o que afirma a associação criada
pelos consumidores lesados pela a empresa.

A Volkswagen está envolta a um
dos maiores escândalos automobilísticos do mundo. Inclusive sofre processos em
vários países, como os Estados Unidos. Por isso, o caso ficou conhecido como “Dieselgate”.
No caso do Brasil, a própria montadora assumiu publicamente que consumidores
brasileiros também foram afetados. Porém, a associação acredita que o número
seja muito maior do que o divulgado.

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Para tanto, mais uma Ação Civil
Pública (ACP) foi ajuizada. Na petição, foi apontada que a quantidade de
picapes pode ultrapassar os 80 mil. Isso porque é levada em consideração que um
software fraudulento do motor EA189, que equipa a picape Amarok, foi
identificado também nos modelos fabricados entre parte de 2012, 2013, 2014 e
2015. 

Entenda

A fraude ocorre com a instalação
de um software programado para controlar as emissões de óxido de hidrogênio
(NOx), para burlar os testes de emissões de poluentes. E, assim, atender as
exigências da legislação.

De acordo com especialistas, o mecanismo
funcionava corretamente nos testes em laboratório, onde o veículo soltava menos
poluentes. Na ocasião, o dispositivo funcionava bem ao mapear a posição do
volante e ritmo de rolagem das rodas (no ambiente controlado). O que permitia a
montadora receber o zelo de órgãos de fiscalização, tranquilamente.

Porém, quando o veículo ia para
as ruas, o software se desligava automática, emitindo os gases poluentes. Segundo
os estudos, a fraude não afetou exclusivamente o meio-ambiente, mas também o
bolso dos consumidores, uma vez que passou a causar danos aos veículos.

Diante das informações, um grupo
de consumidores acionou a Justiça brasileira. E com a nova petição, reivindica
o enquadramento de novos modelos de Amarok no processo. Além disso, eles questionam
a falta de transparência da montadora. Os detalhes do caso pode ser conferidos
por um site criado pelos associados . 

Além desse portal, a associação tem disponibilizado informações sobre os veículos que podem ter tido problemas com a fraude pelo site do Regera . Dentre esses, picapes Amarok, fabricado entre parte de 2012, 2013, 2014 e 2015. Novos casos podem ainda integrar novas ações na Justiça.

A reportagem tentou contato com a
assessoria de imprensa da Volkswagen, mas não obteve sucesso. O espaço segue
aberto para esclarecimentos.

 

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