Programa Jovem Aprendiz: entrada para o mercado de trabalho

Jovens têm contato com uma profissão e, com muita dedicação, conseguem uma vaga no mercado formal | Foto: Reprodução

Postado em: 22-03-2021 às 09h00
Por: Augusto Sobrinho
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Jovens têm contato com uma profissão e, com muita dedicação, conseguem uma vaga no mercado formal | Foto: Reprodução

Conseguir o primeiro emprego
de carteira assinada não é tarefa fácil. Nos últimos anos, os jovens foram a
parcela da população que mais perdeu renda no trabalho. De acordo com a
pesquisa Juventude e Trabalho do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) Social, entre 2014 e 2019 as pessoas que têm entre 15 e 29 anos
perderam 14% da renda proveniente do trabalho.

Além
disso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
o Brasil conta com mais de 14 milhões de brasileiros desempregados. E desde
cedo, os jovens precisam buscar alternativas para encontrar oportunidade de
desenvolvimento de carreira. E, para conciliar com os estudos, uma opção é o programa
Jovem Aprendiz.

Caminho de sucesso

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Este é o caso do Gustavo Borges
Bezerra, que  entrou no Bretas como jovem
Aprendiz aos 16 anos, em 2016, e hoje , aos 20 anos, é gestor de câmara fria da
loja do Bretas em Senador Canedo (GO). Ele trabalhou um ano e quatro meses como
repositor de mercadorias. Durante esse período se dedicou e aprendeu muito.
“Ainda não tinha finalizado o segundo grau quando meu contrato acabou. Mas o
gerente deixou claro que as portas estavam abertas”, explica.

Após concluir o Ensino
Médio, Gustavo foi à unidade e procurou uma oportunidade. “Não precisei fazer
entrevista. Todos me conheciam e sabiam da minha dedicação”, pontua. Há dois
anos foi contatado como operador de caixa via CLT, mas já caminhou passos
maiores. Hoje é gestor de câmara fria.

Gustavo conta que muitos
colegas ainda o procuram para saber como funciona o programa “Ser jovem
aprendiz foi fundamental na minha vida. Trouxe-me experiência e, por meio deste
projeto, conquistei meu primeiro emprego de carteira assinada”, explica.

Carlos Daniel dos Santos
Silva, de 21 anos, também é um bom exemplo de conquista do primeiro emprego pelo
programa. Atualmente é encarregado de depósito, mas sua primeira experiência de
trabalho foi como Jovem Aprendiz como repositor.

“Com a oportunidade aprendi
a conversar, repassar informações e até entender melhor sobre o layout de uma
loja. O Bretas é uma empresa que permite o crescimento profissional. Temos que
querer e buscar essa evolução”, explica.

Hoje, o Bretas conta com 86
aprendizes por suas 81 lojas em Goiás. Eles reforçam a mão de obra e aprendem
uma profissão. Todos são contratados via Centro Salesiano do Aprendiz
(Cesam-GO), uma instituição filantrópica que oferta qualificação sócio
profissional e inserção de adolescentes e jovens no mundo do trabalho.

No
interior

Segundo
a Supervisora de Rh da Cooperativa Agroindustrial de Rubiataba (Cooper-Rubi) ,
Sbetania Brito, as contratações dos jovens aprendizes permitem que as empresas
capacitem os novos colaboradores de acordo com as principais necessidades dentro
da cultura interna da empresa. “O programa capacita e favorece a especialização
de mão-de-obra qualificada, tornando estes nossos colaboradores futuros. Isso
significa treinar para atender demandas específicas, relacionadas ao modelo de
negócio e filosofia de trabalho pretendido”.

Jackeline
Oliveira, Supervisora de Rh da Usina CRV
Industrial, em Carmo do Rio Verde, complementa que é muito importante para a
usina ter jovens qualificados e que queiram crescer junto com a empresa.
Através do programa não apenas o jovem é beneficiado, mas também a empresa e a
comunidade em que ele está inserido.  O aprendiz é remunerado, assim pode
ajudar na renda familiar, além de movimentar a economia local. E os talentos,
de acordo com seus respectivos desempenhos, são contratos pela empresa. Desde o
início do programa em 2018, 20 jovens já foram efetivados junto às empresas
Cooper-Rubi e Agro Rub. Sendo efetivados ao quadro da CRV Industrial em média
10 jovens.

Fabiele Abilene Alves da Silva, de
23 anos, é exemplo que ser aprendiz é um grande passo na construção de uma
carreira profissional. Em 2018, já casada e com uma filha, a jovem ingressou na
Cooper-Rubi, em Rubiataba, como aprendiz. Em pouco mais de um ano, ela conheceu
os processos do setor de armazém de açúcar e o de qualidade da indústria.

Ela
aproveitou a experiência que adquiriu e se candidatou a uma vaga efetiva. “Todo
o aprendizado foi fundamental para eu entrar no mercado de trabalho”. Fascinada
pelo mundo administrativo, Fabiele pensa em se formar na área. “Sempre
incentivo meus amigos, familiares e vizinhos a participar do programa. A
Cooper-Rubi abriu as portas para mim, me ensinou e me deu a oportunidade de
crescimento”, afirma. 

O
primeiro emprego de carteira assinada de Lara Caruliny Alexandre da Cruz, de 23
anos, só foi possível ao programa de aprendiz da CRV Industrial, no qual atuou
em diversos departamentos como arquivo, controle de acesso e recepção do
escritório. Após um tempo afastada após término do contrato, em dezembro de
2020, a jovem foi novamente chamada para. Hoje, Lara está na recepção.

Ela,
que faz faculdade de direito, se vê crescendo na empresa. Quando aprendiz
percebeu que é importante ter comprometimento e proatividade para enfrentar os
desafios do ambiente profissional. “Além disso, aprendi lições valiosas:
escutar mais do que falar, aprender a aprender, trabalho em equipe e a
importância da comunicação”, revela.

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