Tradição olímpica
Martine Grael e Kahena Kuzne mostram força do Brasil na Vela e conquistam ouro no Rio de Janeiro
Por: Sheyla Sousa
Os ventos costumam soprar a favor do Brasil nos Jogos Olímpicos. O país conquistou ouro no Rio de Janeiro ontem com Martine Grael e Kahena Kuzne e chegou a 18 medalhas na Vela, esporte com maior número de conquistas brasileiras em Olimpíadas. A dupla venceu a prova na categoria 49erFX, na Baía de Guanabara, em disputa emocionante, decidida nos metros finais.
Com tempo de 21m21s, Martine e Kahena bateram, por apenas dois segundos as neozelandesas Alex Maloney e Moly Meech, que ficou com a prata. O pódio ficou completou com o bronze das dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen.
Antes da última prova, a medal race, as brasileiras estavam empatadas com a dupla da Dinamarca e com as espanholas Tamara Echgoyen e Berta Betanzos, atuais campeãs mundiais. A equipe da Nova Zelândia, contudo, foi quem surpreendeu e travou batalha pelo ouro até os últimos momentos da competição.
Foi o primeiro ouro olímpico feminino do Brasil, justamente na estreia da categoria 49erFX nos Jogos. Campeãs mundiais em 2014, Martine e Kahena já haviam vencido o primeiro evento-teste da Olimpíada, em outubro do ano passado.
A dupla, formada em 2009 quando foi campeã do mundial júnior e depois desfeita por questões pessoais, já soma diversas conquistas. As duas eram adversárias na adolescência na classe 420. Elas decidiram reformar a equipe quando a 49erFX foi incluída nos Jogos do Rio de Janeiro.
Filha de Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas – ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004, prata em Los Angeles 1984 e bronze em Seul 1988 e Sydney 2000 –, e sobrinha de Lars Grael, que soma dois bronzes, em Seul 1988 e Atlanta 1996, Martine Grael tem a Vela correndo no sangue da família.
A tradição, contudo, também se expande para os Kuzne. Pai de Kahena, Cláudio foi campeão mundial mirim em 1973, na classe Pinguim.
De família
O Brasil tem na vela a sua maior fonte de conquistas em Jogos Olímpicos. São 18 medalhas ao todo, sete de ouro, três de prata e oito de bronze. Desde 1996, o país sempre tem representante no pódio do esporte. Além da família Grael, Robert Scheidt é outro nome de destaque. Foram dele os ouros em Atlanta 1996 e Sydney 2000, as pratas em Atenas 2004 e Pequim 2008 e o bronze em Londres 2012.
