Em homenagem à Chapecoense

Brasil e Colômbia se enfrentam em “Jogo da Amizade”, amistoso com renda revertida às famílias das vítimas da tragédia

Postado em: 25-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Brasil e Colômbia se enfrentam em “Jogo da Amizade”, amistoso com renda revertida às famílias das vítimas da tragédia

Felipe Bonfim 

Cinquenta e seis dias após o trágico acidente que matou 71 dos 77 passageiros que estavam a bordo do avião que transportava a delegação da Chapecoense que caiu perto do Aeroporto Internacional José María Córdova, em Medellín (Colômbia), as seleções brasileira e colombiana entram em campo, esta noite, para a disputa de um amistoso.

O “Jogo da Amizade”, previsto para começar às 21h45, no Estádio Nilton Santos (Engenhão), no Rio de Janeiro, foi a forma encontrada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para agradecer ao povo colombiano e homenagear a Chape – toda a arrecadação será destinada às famílias das vítimas do acidente aéreo:  jogadores, comissão técnica, diretoria e jornalistas.

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O goleiro Jackson Follman, o zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel, três atletas sobreviventes da tragédia, foram convidados à partida pela CBF e devem receber homenagem no gramado antes do pontapé inicial.

Na tarde de ontem, na única atividade do grupo antes da partida, o técnico Tite deu sinais de como irá montar o Brasil para o confronto. A expectativa do torcedor de ver o meia Diego, do Flamengo, e o atacante Robinho, do Atlético-MG, em campo juntos foi frustrada. Apenas o atleta do Galo trabalhou com a equipe considerada titular.

Campeão olímpico no ano passado, o goleiro Weverton, que defende o Atlético-PR, fará a sua estreia na seleção principal. Quem também veste a camisa amarela pela primeira vez é o zagueiro Pedro Geromel, do Grêmio, e o volante William Arão, do Flamengo.

Com apenas uma tarde disponível para trabalhar com os atletas, o treinador brasileiro fez o possível para promover as atividades que costuma realizar antes de qualquer partida, mas agora com menos intensidade. Saída de bola, compactação e marcação no campo adversário foram alguns dos aspectos mais abordados.

Escondeu

Durante os trabalhos visando este confronto com o Brasil, o técnico da Colômbia, José Pékerman, fechou as atividades da equipe visando dificultar a vida adversária. A tendência, contudo, é que o treinador argentino monte o time em uma formação ofensiva.

Com Borja, Copete e Téo Gutiérrez serão três homens no setor de ataque. O trio, inclusive, é conhecido da torcida brasileira. O primeiro foi o destaque do Atlético Nacional na conquista da Copa Libertadores, no ano passado, e está na mira do Palmeiras. O segundo veste a camisa do Santos. O terceiro despertou o interesse do Corinthians, mas as negociações não avançaram. 

Último sobrevivente deixa hospital 

Jackson Follman, um dos seis sobreviventes da tragédia com o voo da Chapecoense em novembro do ano passado, finalmente recebeu alta em Chapecó. 

O jogador acompanhará ao “Jogo da Amizade”, amistoso entre Brasil e Colômbia, nesta quarta-feira, no Estádio Nilson Santos (Engenhão), no Rio de Janeiro, e depois segue para São Paulo, onde passará por reabilitação no Centro Marian Weiss, especializado em amputados.

“Enfim, chegou o grande dia. Mais uma etapa concluída, graças a Deus. Estou muito feliz. Saio até com o coração um pouco apertado, porque fiz grandes amigos aqui, que vou levar para a vida toda. Sei do cuidado que todo mundo teve comigo, então me deixou muito feliz e motivado para o momento em que eu saísse daqui. Então, saio feliz, saio forte. Saio praticamente curado de tudo. Agora, vamos para mais uma etapa. Vamos para São Paulo”, disse o ex-goleiro da Chape em entrevista coletiva.

Follman teve parte da perna direita amputada, mas garante que lida muito bem com a situação. No Maria Weiss, além de aprender a voltar a andar, ele colocará próteses.

“Levo muito ao natural, porque chorando, rindo ou desesperando, a perna não vai voltar. Não tem porque esconder. Vou a São Paulo protetizar e não tem porque esconder. É uma coisa que faz parte do meu corpo, da minha vida. Tenho orgulho de como meu corpo está”, afirmou.

Após a recuperação completa, Jackson voltará a trabalhar na Chapecoense. Ainda sem função definida, ele deve ter cargo na diretoria e participar da gerência do departamento de futebol de alguma forma. O ex-jogador demonstra ansiedade para voltar ao clube.

“É minha vontade, sim. Foi quem me abriu as portas, é minha segunda casa. Quero coisas grandes no clube. Vou buscar me aprimorar, conhecer. Agora, é o momento de aprendizado. Na Chape, estarei dentro do esporte. Quero crescer, ser grande junto com a Chapecoense sempre”, concluiu.

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