MP-GO denuncia 14 pessoas, sendo oito jogadores, por manipulação de resultados na Série B

A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra 14 pessoas, das quais oito são jogadores de futebol, por envolvimento no

Postado em: 17-03-2023 às 15h39
Por: Ildeu Iussef
Imagem Ilustrando a Notícia: MP-GO denuncia 14 pessoas, sendo oito jogadores, por manipulação de resultados na Série B
Além de Gabriel Domingos, mais sete atletas são citados e viram réus; pena pode chegar a seis anos de prisão (Foto: Roberto Corrêa/Vila Nova)

A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra 14 pessoas, das quais oito são jogadores de futebol, por envolvimento no suposto esquema de manipulação de resultados em jogos da Série B do Campeonato Brasileiro 2022, foi recebida e aceita pela Justiça.

Com isso, tornaram-se réus na ação os atletas: Allan Godoi (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã), Romário (ex-Vila Nova), Joseph (ex-Tombense) e Gabriel Domingos (ex-Vila Nova).

Todos eles são denunciados pelo crime de corrupção em competições esportivas. A pena prevê reclusão de dois a seis anos e multa.

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O MP-GO também denuncia seis pessoas que não são jogadores e que estariam envolvidas no “núcleo de apostadores”, cujo aliciador seria o empresário Bruno Lopez de Moura. São elas: Cammila Silva da Motta, Zildo Peixoto Neto, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro e Victor Yamasaki Fernandes.

Além de corrupção em competições esportivas, elas também são denunciadas e vão responder por organização criminosa. A pena é mais rigorosa e prevê reclusão de três a oito anos, além de multa.

Entenda o caso

De acordo com as investigações da Operação “Penalidade Máxima”, a corrupção tinha a intenção de, ao final, assegurar aos denunciados expressivos lucros em apostas feitas por eles em sites de casas esportivas, como Bet365 e Betano, contando com elevado número de contas criadas nos mesmos sites, geralmente em nome de terceiros, como forma de assegurar e maximizar os ganhos com os ilícitos.

Com o aprofundamento das investigações, o Gaeco constatou a atuação concreta de organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais para manipulação de resultados e eventos relacionados a diversos jogos de campeonatos de futebol.

De acordo com os integrantes do Gaeco, identificou-se que, para viabilizar as seguidas atividades ilícitas, a organização criminosa (agora desarticulada) é composta por quatro núcleos: Núcleo Financiadores (ainda a serem identificados e que continua sob investigação), Núcleo Apostadores (eram responsáveis por efetivamente contatar e aliciar jogadores para participação no esquema delitivo), Núcleo Intermediadores (será identificada em investigação que já está em trâmite) e Núcleo Administrativo (responsável por realizar transferências financeiras a integrantes da organização criminosa e também em benefício de jogadores cooptados).

Importante destacar que nesta ação está sendo atribuído aos réus tão somente o crime de promover, constituir e integrar organização criminosa ocorrido a partir do segundo semestre de 2022 até os dias atuais, em face dos integrantes já identificados no Núcleo Apostadores e também daqueles já identificados do Núcleo Administrativo.

A peça acusatória também abarca a imputação específica dos crimes praticados na manipulação de três jogos da Série B de 2022 – Vila Nova x Sport, Tombense x Criciúma e Sampaio Corrêa x Londrina, com a expressa ressalva de que demais integrantes de outros núcleos e outros fatos delitivos de corrupções praticadas em âmbito esportivo ainda estão em apuração pelo Gaeco.

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