Vini Jr será capitão do Brasil diante da Espanha visando luta além das quatro linhas

Jogador é atualmente o principal nome do esporte na luta antirracista

Postado em: 26-03-2024 às 09h52
Por: Ygor Bernardes Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Vini Jr será capitão do Brasil diante da Espanha visando luta além das quatro linhas
Vini Jr vem de forma recorrente sendo alvo de ataques racistas na Espanha | Foto: Rafael Ribeiro / CBF

O Brasil entra em campo nesta terça-feira (26), onde encara a Espanha, às 17h30, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid. O local do duelo é a atual casa do atacante Vini Jr, que defende o Real Madrid e vem travando no país uma batalha muito além das quatro linhas. Alvo de diversos ataques racistas desde que começou a atuar no país, Vini Jr é hoje um símbolo de luta pela igualdade racial.

Vini Jr será capitão do Brasil contra a Espanha

Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu que Vini Jr será capitão do Brasil na partida contra a Espanha. A escolha se deu pela entidade entender que o jogador é o protagonista desse jogo, principalmente pela luta na causa antirracista. No último jogo, diante da Inglaterra, o experiente lateral-direito Danilo foi quem usou a braçadeira de capitão.

Essa será a primeira vez que Vini Jr exercerá o posto de capitão da Seleção. Todo material promocional que envolve a partida tem Vini como protagonista. Foi ele quem concedeu entrevista coletiva na última segunda-feira (25) e foi o modelo do lançamento do novo agasalho preto que a Seleção utilizará no pré-jogo. Na coletiva, Vini chegou a se emocionar falando sobre o momento difícil que atravessa fora de campo com os ataques racistas.

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“É cada vez mais triste. Cada vez eu tenho menos vontade de jogar. Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo”, desabafou Vini.

“Meu pai sempre teve dificuldade por ser negro. Entre ele e um branco, sempre vão escolher um branco. Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando”, completou.

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