Gastronomia: Comidas típicas do Brasil para o mundo
Na gastronomia é comum casos em que um prato ou uma cozinha ganha tanto renome que as reproduções pelo mundo acabam sendo bem diferentes
Ah, nada mais prazeroso do que se deliciar com comidas que agradam o nosso paladar. O ato de comer tem a ver com satisfação pessoal e coletiva, mas já parou para pensar que a gastronomia pode ir além? As comidas típicas de um País são uma das formas de apresentar a cultura local para o mundo, tornando-se importante para o contexto histórico. Por meio das receitas que marcam nossa essência, é possível entender um pouco da história e de como vivem seus contemporâneos. Enfim, a gastronomia pode atrair atenção de outros países e funcionar como arma diplomática na hora de conquistar outras nações.
Seja pela feijoada, pelo acarajé, frango com pequi, a caipirinha, o café ou o guaraná, o Brasil é conhecido por ter um dos melhores cardápios do mundo. Somos marcados pela variedade de ingredientes, frutas e pratos saborosos de norte ao sul do País. Potencializada pelo turismo, a gastronomia ganha força na hora de apresentar o Brasil para o mundo e atrair turistas para as belas paisagens que se tem aqui. A cozinha pode ser uma janela de apresentação, afinal quem não conhece a pizza italiana, o queijo francês, a vodca russa ou até o sashimi japonês? Todos estes pratos representam uma nação aos quatro cantos do planeta.
Muitos governos usam grandes quantias de dinheiro para mostrar ao mundo um pouco da cultura local, com o objetivo de consolidar marcas nacionais pelo mundo. Música, cinema e esportes são armas institucionais conhecidas, mas a diplomacia da gastronomia também tem seu espaço. A gastronomia pode ser um exemplo de soft power, quando um País exerce alguma influência em outros Estados sem o uso de força bélica. A diplomacia da gastronomia é uma forma de vender a imagem do Brasil de uma forma mais delicada, suave, representativa. Com isso, eles atraem a atenção e estabelecem relações mais próximas.
Ninguém poderia esperar que a gastronomia exerceria um papel político não é mesmo? Também me surpreendi, mas feliz em saber que os amantes da boa culinária podem usa-la para além do prazer e da nutrição. Olhando por essa perspectiva, entendemos que pode-se explorar os ingredientes e receitas regionais para trazer benefícios para diferentes setores. Um esforço que necessita que seja coletivo, uma junção entre governo, empresas privadas, chefs e amantes da cozinha nacional. Este tipo de diplomacia dinamiza alguns mercados. A exportação de produtos alimentares, o turismo, os comércios, tudo isso acaba sendo valorizado.
Do Brasil para o mundo
Se o Brasil é muito lembrado pelo samba e futebol, a gastronomia do País não fica muito para trás. A tradicional feijoada é conhecida mundialmente, assim como a cachaça e o café, historicamente ligados à cultura nacional. Existia todo um esforço brasileiro para coloca-los, e também o guaraná, no mercado internacional e conseguiram. Segundo a cozinheira prática Deuseli Rodrigues, os ingredientes regionais fazem muito sucesso fora do País. Ela já viajou para a Europa e lá foi abordada por locais curiosos sobre o cardápio brasileiro. “Quando fui, levei várias comidas daqui e foi um sucesso entre eles”, revela.
Impossível não amar a comida brasileira, mas os gringos têm seus pratos favoritos. Entre os sucessos estão a feijoada, a galinhada, o pão de queijo e claro, o brigadeiro. Deuseli fala em entrevista ao Essência que de fato essas comidas são as que mais fazem sucesso na Suíça, onde ela passou três meses. “Fiz feijoada, galinhada com pequi, pão de queijo, peta, entre outras coisas, e eles se apaixonaram. Acho que sim, a comida à mesa é uma ótima forma de conquistar os corações estrangeiros”, relembra. Já dizia nossas avós, que a conquista vem pelo estômago, a diplomacia mais eficiente desde sempre.
Diferentemente de outras formas diplomáticas, a gastronomia não pode parar guerras por si só, mas como não pensar que ela pode facilitar as negociações entre governos? Já que a comida ganha as pessoas rapidamente, não seria diferente em uma mesa de negócios. Fica a dica para os países fazerem isso, mesmo que indiretamente, quando tiverem uma reunião importante. Sirva um bom prato, um drink refrescante, todo mundo fica mais feliz com o ‘buchinho’ cheio, talvez aí facilite as negociações, independentemente do teor. Em qualquer lugar que esteja, leve sua cultura e exalte suas raízes!