Professor de biologia desvenda curiosidades sobre o pequi, fruto de apreço na culinária regional

Com o gostinho da culinária clássica do centro-oeste do nosso país pequi é muito usado em pratos salgados, como arroz e frango

Postado em: 25-04-2023 às 09h12
Por: Elysia Cardoso Ferreira
Imagem Ilustrando a Notícia: Professor de biologia desvenda curiosidades sobre o pequi, fruto de apreço na culinária regional
Com o gostinho da culinária clássica do centro-oeste do nosso país pequi é muito usado em pratos salgados, como arroz e frango | Foto: Divulgação

Conhecido por sua casca dura e espinhosa, o pequi é um fruto nativo do cerrado brasileiro e de forte presença nas mesas da região centro-oeste do país. De origem indígena, o seu nome significa ‘pele com espinhos’ em tupi-guarani, e por conta disso, pode assustar os mais desavisados durante o consumo. Mas por trás da fachada espinhosa, ele revela um sabor único e marcante.

Como frisado, o pequi é muito apreciado pela população que vive na área de sua ocorrência. A polpa, por exemplo, pode ser usada em pratos salgados, como arroz e frango, e até mesmo em pratos doces, como sorvetes. Licores são também produzidos do pequi. As sementes podem ser também consumidas, podendo ser ingeridas ao natural, cozidas em água salgada ou tostadas. Elas podem ser ainda usadas na preparação de condimentos e bolos. Das sementes, pode-se também extrair óleo.

Flávio Landim, professor de biologia da Plataforma Professor Ferretto explica que o ‘ouro do cerrado’ requer alguns cuidados ao ser manuseado “Para evitar a experiência desconfortável de ter espinhos na língua e gengiva, é aconselhável que o pequi (Caryocar brasiliense) seja cuidadosamente roído ou raspado com a colher ao invés de ser mordido. Mas caso esse pequeno acidente aconteça, os espinhos podem ser removidos com uma pinça mesmo’’.

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Além deste ‘risco’ que a iguaria apresenta, o docente de biologia desvenda alguns mitos e verdades sobre o pequi:

O pequi pode ser venenoso?

Mito. Conforme mencionado, apesar dos espinhos causarem dor na região afetada, não existe veneno algum neles ou no fruto em si. “Como qualquer outro alimento, existe a possibilidade do pequi desencadear uma reação alérgica a algumas pessoas ou intoxicação caso seja ingerido em quantidades muito grandes. Mas veneno, não’’. explica o docente.

A polpa do pequi é rica em vitaminas

Verdade. A polpa do pequi possui o dobro de vitamina C de uma laranja e é um grande anti-inflamatório natural. “O pequi possui diversos benefícios para a saúde, e por também ser rico em vitamina A e carotenóides, é um aliado na proteção da visão, assim como no combate ao envelhecimento precoce e na prevenção do câncer, por ser um alimento antioxidante”, afirma.

O fruto é afrodisíaco

Verdade. Landim explica que por ser altamente afrodisíaco, há quem diga que ele é o responsável por muitos casamentos, namoros e nascimentos de crianças na região central do Brasil. “Os alimentos afrodisíacos sempre geram muita curiosidade, isso ocorre porque alguns nutrientes estão diretamente ligados com a libido, e seu consumo contribui com o enriquecimento dos nossos sentidos sexuais’’, explica.

Faz mal consumir o pequi cru?

Mito. Não existe nenhuma contra-indicação ao consumo do pequi ao natural. “Vale mencionar que o sabor do fruto cru é muito mais forte, por isso muitas receitas sugerem o cozimento do pequi para que seu sabor fique mais suave, essa é a única ressalva’’. O docente de biologia ainda ressalta que até o óleo da iguaria pode ser aproveitado, e em muitas regiões, é usado como artifício medicinal.

O pequi está em extinção

Mito. O pequizeiro, árvore do fruto, não está em risco de extinção. ‘’No entanto, a degradação do cerrado brasileiro pode afetar a produção do fruto. Por isso, é importante que haja políticas públicas de preservação da biodiversidade e incentivo à produção sustentável.” finaliza Flávio Landim.

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