Contemporaneidade por meio de curtas-metragens

Letícia Leite

Se manter plural e estar em constante desenvolvimento e movimento é uma das características mais marcantes do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (FestCurtasBH), realizado pela Fundação Clóvis Salgado (FCS), e que neste ano chega à sua 25ª edição, celebrando o marco de maior número de filmes inscritos.

O filme ‘Energúmeno’ dirigido pelo goiano Luis Calil é um dos 142 filmes exibidos no Festival, que acontece de forma gratuita a partir desta quarta-feira (11) até 22 de outubro. Ao todo foram recebidos 3.031 obras, sendo 944 filmes nacionais de 27 estados brasileiros e centenas de outros filmes de 106 países. Serão exibidas mostras competitivas, paralelas e especiais, distribuídas ao longo de 30 programas, além de sessões on-line. 

O FestCurtasBH acontece presencialmente no Cine Humberto Mauro, na Sala Juvenal Dias, no Espaço Mari’Stella Tristão e na Galeria Aberta Amilcar de Castro, do Palácio das Artes, e contará com exibição de filmes, sessões comentadas, mesa-redonda, debates, exposição, show de abertura, além da oficina de crítica ‘Corpo Crítico’, que chega à 6ª edição consecutiva. Já o público de todo o país poderá, ainda, ter acesso on-line às sessões fílmicas na plataforma (cinehumbertomauro.com).

O filme de ficção ‘Energúmeno’, com duração de 19 minutos, exibido na ‘Mostra Paralela – Sessão Matilda’, é dirigido pelo goiano Luis Calil, e conta com Renner Lima, Dan Mascarenhas, Maria Amanda Takahashi no elenco, retrata a história de um professor de biologia que viaja à chácara de seu pai para focar em sua pesquisa. Mas uma figura misteriosa se impõe em seus planos e transforma sua experiência em um pesadelo.

O presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, destaca que o Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte é uma grande janela de exibição para as múltiplas formas do audiovisual. “É motivo de orgulho que a Fundação Clóvis Salgado invista em uma iniciativa tão potente quanto o Festival. De forma gratuita e democrática, oferecemos ao nosso público uma programação extensa, variada e que sempre busca refletir as urgências da contemporaneidade por meio de produções em curta-metragem”, diz.

Celebrando o poder do audiovisual 

Os filmes exibidos nas mostras competitivas serão avaliados por um corpo de júri dedicado a cada recorte, e concorrem ao prêmio oficial no valor de R$ 5 mil, além do já tradicional ‘Troféu Capivara’. As demais obras, exibidas nas mostras paralelas, juntamente aos filmes exibidos em competição, concorrem ao prêmio oficial do Júri Popular, no valor de R$ 3 mil, além do ‘Troféu Capivara’.

A coordenadora de Programação e Curadoria do Festival, Ana Siqueira, explica que, nesta edição, o FestCurtasBH propõe um olhar mais atento às produções das mulheres, em um recorte mais regionalizado. “Esta edição apresenta uma mostra especial que se volta para o aclamado trabalho da cineasta e artista visual estadunidense Cauleen Smith, em sua primeira visita ao Brasil. A artista apresentará o celebrado longa-metragem recentemente restaurado ‘Drylongso’, a instalação ‘Sojourner’ e uma conferência”, elenca Ana Siqueira.

O coordenador executivo do Festival, Matheus Antunes, pontua que a diversidade da programação é um dos grandes atrativos do evento. “A diversidade e a constante ampliação dos mais diversos colaboradores que contribuem não apenas para a criação da seleção fílmica, mas também, para a ampliação de nossa programação que em tempos atuais não se limita apenas ao fazer/ver cinematográfico, é um dos principais marcos do Festival”, destaca.