Vereador carioca é acusado de assédio sexual por servidores; “Se masturbava na frente da equipe”

Em reportagem veiculada pelo Fantástico no domingo (27/3), servidores e ex-funcionários denunciam situações de assédio moral e sexual.

Postado em: 28-03-2022 às 09h51
Por: Ícaro Gonçalves
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Em reportagem veiculada pelo Fantástico no domingo (27/3), servidores e ex-funcionários denunciam situações de assédio moral e sexual | Foto: Reprodução

O vereador carioca Gabriel Monteiro (sem partido), terceiro mais bem votado no município do Rio de Janeiro no último pleito, está sendo acusado de assédio moral e sexual por cinco pessoas, entre elas servidores e ex-funcionários. Em reportagem veiculada pelo Fantástico no domingo (27/3), Gabriel também é visto forjando gravações em seus vídeos no YouTube, como tiroteios ou ajudando a uma criança carente, em benefício de sua imagem.

Uma das vítimas que denunciam as situações de assédio é identificada como Luiza. Ela trabalhava para os canais do vereador na internet, e relatou situações inconvenientes registradas nos vídeos do Youtube. “Ele me abraçava assim por trás, ‘te amo’ e não sei o que, ‘você é minha amiga’. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança”, relata.

Questionada se era tocada por Gabriel sem autorização, Luiza confirmou. Após sete meses de trabalho para o vereador, ela acabou procurando um psiquiatra. “Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Aí eu começava a pedir a deus para me levar.”

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Outra mulher ouvida pelo Fantástico e que não quis revelar sua identidade, afirma que vivenciou um episódio de estupro. Ela teve relações sexuais consentidas com o vereador, mas no meio da relação, pediu para que ele parasse, o que não aconteceu. “Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar”, disse à reportagem.

Um terceiro funcionário contou, sem se identificar, que era obrigado a cumprir expediente na casa de Gabriel, onde presenciou cenas constrangedoras. Ele diz: “A gente ficava ali na frente e várias vezes ele foi na parte da frente da varanda da casa, e em outros cômodos a gente já viu também, com o órgão sexual para fora. E se vangloriando do tamanho do pênis. E mesmo se masturbando na frente de toda a equipe.”

Gravações forjadas

O Fantástico também mostrou que Gabriel Monteiro encenava e “dirigia” o que era filmado em seus vídeos no Youtube. Com ajuda de policiais militares, o vereador simulou ações de tiroteio e chamou a polícia, orientando o que seria relatado aos oficiais que chegassem.

Em outro vídeo, Gabriel é visto orientando uma criança a dizer que está sem comida. Na versão editada, publicada em suas redes sociais, ele leva a menina ao shopping e ouve que “está comendo o que mais gosta”. Uma perita analisou o material e concluiu que o material bruto e editado são “incompatíveis”.

Resposta

Procurado pelo Fantástico, o vereador negou irregularidades. “Eu não cometi estupro contra ninguém. É mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro.” Sobre as agressões e xingamentos, ele diz que tem relações “praticamente” familiar com os funcionários.

Gabriel também negou ter forjado cenas de seus vídeos e, sobre a gravação com a criança, disse que ela “recebeu a maior vaquinha da vida dela”. Em nota à TV Globo, o Conselho de Ética da Câmara do Rio informou que “tomou conhecimento dos fatos pela reportagem e aguarda ter acesso ao material para se reunir e analisar o conteúdo das imagens para decidir que providencias serão tomadas”.

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