CPI é protocolada para investigar Padre Júlio Lancellotti e organizações sociais na Cracolândia
Vereador Rubinho Nunes busca apoio para a comissão parlamentar de inquérito
Por: Luana Avelar
O vereador Rubinho Nunes, fundador do MBL, protocolou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Padre Júlio Lancellotti em relação às organizações Bompar e Craco Resiste, com foco na assistência social na Cracolândia.
Nunes busca atingir o mínimo de 28 assinaturas na Câmara Municipal, após já obter 24. A CPI, uma ferramenta de investigação mais robusta, analisará as atividades das organizações vinculadas ao padre. Lancellotti, conhecido por sua dedicação à população em situação de rua e dependentes químicos, enfrenta críticas do vereador alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Núcleo Nacional Política e Religião Teologia da Libertação lançou um abaixo-assinado pedindo que o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, anule a convocação do padre, considerando-a uma tentativa de intimidação. Lancellotti, reconhecido internacionalmente por sua atuação humanitária, recebeu diversos prêmios ao longo dos anos. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva regulamentou a Lei Padre Julio Lancellotti, proibindo arquiteturas hostis.
Em novembro, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou o programa Pontos de Apoio da Rua (PAR), destinando R$ 9 bilhões em políticas para a população em situação de rua. O programa segue o Decreto nº 7.053/2009, que estabelece uma política nacional para essa população. A convocação do padre gerou reações diversas, com um cenário de polarização política e debates sobre ações sociais na Cracolândia.