Conferência Internacional da Via Campesina destaca questões ambientais e econômicas
Líderes discutem influência do capitalismo, monocultura e acordos de livre comércio na agricultura
Por: Luana Avelar
No terceiro dia da 8ª Conferência Internacional da Via Campesina, João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), abordou a questão ambiental, destacando a influência do capitalismo na crise, apontando para a necessidade de focar no combate aos crimes ambientais e mudanças climáticas na luta no campo. Stedile expressou ceticismo em relação às Conferências para o Clima da ONU, considerando-as ineficazes.
Durante o evento, representantes de 82 países, incluindo o Brasil, discutiram desafios globais, abordando problemas como acordos de livre comércio e monocultura. Mayumi Yokoyama, do Japão, compartilhou preocupações sobre a legislação rigorosa relacionada a patentes de grandes empresas agrícolas, enquanto Hendrick Ndlovu, do Zimbábue, ressaltou o papel de organismos financeiros multilaterais na promoção de modelos de monocultura.
A representante sueca, Tove Sundstrom, alertou sobre a concentração de terra na Europa, alegando a perda de meio milhão de fazendas camponesas para grandes empresas. Genevieve Lalumiere, do Canadá, mencionou a oposição dos movimentos de luta no campo ao tratado de livre-comércio com EUA e México, focando nas regulações relacionadas a patentes e ao dumping de preços agrícolas.
Stedile também ressaltou a urgência de capacitar trabalhadores rurais para impulsionar práticas agroecológicas e agroindústria coletiva, visando criar oportunidades de trabalho digno. O evento global evidenciou desafios específicos enfrentados por diversas regiões do mundo no contexto agrícola.
